Como os profissionais de relações governamentais lançam mão das tecnologias disponíveis em sua atuação? Foi esse o mapeamento feito por Ignacio García Zoppi, co-founder e CEO da Tree Intelligence. “As redes estão cada vez mais complexas e a sociedade civil vem se tornando mais organizada. Portanto, é necessário ter uma visão mais sistêmica. Na pesquisa, nós consultamos os profissionais do setor para que revelassem suas percepções, desafios e oportunidades de carreira.”
O primeiro ponto do levantamento abordou os principais desafios da profissão nos próximos cinco anos. A maioria apontou o uso de tecnologias e, em segundo lugar, a transparência dos dados. “No entanto, apesar de os participantes ressaltarem a importância do uso de tecnologia, um terço admitiu que não lança mão dessas ferramentas com tanta frequência. Isso nos fez concluir que a utilização ainda não está tão presente.”
Quando adotados, os aplicativos servem prioritariamente para mapeamento do Legislativo. “Esse é o principal interesse dos profissionais de RelGov”, afirmou Ignacio Zoppi. “Mas o monitoramento das mídias sociais também vem ganhando relevância. Já é possível perceber uma aproximação com outros tipos de tecnologia, até porque plataformas de mídias sociais, como Twitter, Instagram e Facebook, permitem que robôs se conectem e coletem dados de maneira automática.”
Segundo o CEO da Tree Intelligence, Inteligência Artificial e blockchain também estarão na ordem do dia em um futuro próximo. “São tendências que vêm se consolidando e que impactarão a profissão de relações governamentais nos próximos cinco anos”. Mas ele ressaltou que é preciso manter a capacidade de fazer reflexões. “O fator humano ainda é muito importante. Se você não tem pensamento crítico, não consegue pensar em estratégias. Mesmo tendo acesso a ferramentas de Big Data, é necessário ter capacidade de fazer a pergunta certa para chegar à resposta desejada. Precisamos ser capazes de dar contexto e significado.”