No mundo atual, cabe ao profissional de relgov possuir a capacidade de se relacionar com todos os públicos de interesse da empresa. Essa foi a tônica da quarta mesa do congresso “RELGOV e o diálogo multi-stakeholder”, que teve como mediadora a diretora de Relações Institucionais da Mondelez, Helga Franco. “Todos os atores estão interligados. É preciso passar a pensar em soluções integrativas”.
A diretora de Relacionamento e Marketing do Sistema B Brasil, Cintia Gherardi, afirmou que hoje não é mais aceitável que o lucro seja unilateral ou em detrimento das pessoas e do planeta. Segundo ela, há alguns anos começaram os debates nos fóruns econômicos sobre o capitalismo multi-stakeholder e inclusão dos diferentes públicos. “Estamos diante de uma nova forma de enxergar riscos e oportunidades. As empresas precisam garantir que escutam seus stakeholders e que levam em conta o que é dito em suas decisões”.
O diretor de Relações Institucionais da Ambev, Rodrigo Moccia, compartilha da opinião. “Para que as empresas voltem a crescer, o Brasil tem que voltar a se desenvolver economicamente. Temos um papel-chave nesse crescimento compartilhado. Só será bom quando for para todos”.
Ligia Pimentel, diretora de Relações Governamentais da Varian Medical Systems, acredita que todos possuem condições de levar pleitos e mudar cenários. “Todos nós somos influenciadores. Se nos juntarmos em torno de uma causa, se montarmos uma coalização de empresas, será possível incluir todos nas decisões”, disse. “Não apenas os executivos de diversas áreas, mas também pacientes e fornecedores”.
E essa integração deve acontecer com os concorrentes também. “Muitas empresas compartilham riscos de direitos humanos e sustentabilidade”, revelou Cintia Gherardi. “Na busca de soluções, não devemos ter o receio de mostrar nossas falhas. Muitas vezes uma empresa sozinha não tem força para fazer as mudanças que o mercado necessita. Então, a saída é a união de esforços. O poder de negociação das indústrias é muito grande e elas têm condições de fazer com que as coisas mudem”.
Um dos desafios é como medir o engajamento dos stakeholders aos negócios. Para Rodrigo Moccia as metas são importantes para você estabelecer um processo. “Temos que medir o impacto no resultado da empresa. O que você não mede você não gerencia. Na Ambev há métricas para tudo. Definir o tamanho do risco e da oportunidade é um dos caminhos para alcançar
bons resultados”.