O IRELGOV promoveu, nesta quarta (26), o webinar sobre “Transparência, Integridade e Compliance”, com moderação de Rebeca Lucena, Líder do Comitê de Ética do Irelgov e Gerente de Relações Governamentais da BMJ, e participação de Elizabeth Amore, Advogada Sênior no Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados e Mariana Covre, Sócia Responsável pelo Regulatório e Compliance Estratégico no Dalazen, Pessoa & Bresciani Sociedade de Advogados.
Elizabeth Amore falou sobre interação com agentes públicos e compartilhou suas experiências. “É necessário ter uma interação entre a área de relgov e compliance, além das áreas de comunicação, comercial etc. É uma atuação desafiadora, mas a transparência é a chave do sucesso nesse contato com agentes públicos. As provocações que fazemos na área de compliance servem para blindar as empresas. Recomendamos, também, que seja feita uma formalização adequada dessas interações, que devem levar em conta o objetivo legítimo e outros detalhes, como a imparcialidade. As empresas precisam ter a conscientização e ‘fazer o certo mesmo sem ter ninguém olhando’. O programa de compliance também deve ser inclusivo e levar em conta a diversidade”, aponta.
Mariana Covre abordou aspectos da transparência, integridade e compliance nas relações governamentais. “O profissional de relgov lida com diversos entes públicos e não tem como absorver todos os códigos de conduta e normas. O ideal é compreender minimamente o que é uma conduta anti-ética para aquele ente, para se antecipar e não negociar o que não for permitido. Cumprir o código de ética da empresa que representamos tem que estar na ponta da língua. Eu recomendo que as empresas e entidades criem um manual de conduta em período eleitoral, isso blinda os profissionais de relgov. Na experiência que tive na Dinamarca – considerado o país menos corrupto do mundo – o case que foi estudo foi o Brasil. Lá, não legislam tanto quanto nós e há uma questão cultural que prepondera – não há necessidade de tantos comandos legais para determinar a conduta dos cidadãos e entidades, pois o índice de confiança no relacionamento entre pessoas e estados/instituições é muito grande. No Brasil, há um pressuposto da desconfiança e precisamos virar essa chave, mudar essa cultura”, ressalta.