Eleição no IRELGOV adiada
Os impactos da crise nas Relações Governamentais
COVID-19
A revista digital do Instituto de Relações Governamentais (IRELGOV)
Ano 7 Edição 1 - Abril de 2020
ESPECIAL
MULHERES
AS INICIATIVAS DE EMPRESAS E DA SOCIEDADE CIVIL
PARA PROMOVER A IGUALDADE DE GÊNERO
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
E
Editorial
EXPEDIENTE #01
ANO 7 – Abril de 2020
DIÁLOGOS IRELGOV é uma
publicação do Instituto de Relações
Governamentais (IRELGOV)
Rua Gomes de Carvalho, 1356
2º andar, E.58
Vila Olímpia – São Paulo – SP
CEP: 04547-005 | Fones:
+55 11 3995-5210
+55 11 98536-0012
E-mail: irelgov@irelgov.com.br
Conselho Deliberativo
Bruno Perman (presidente)
Suelma Rosa (vice-presidente)
Erik Camarano
Fernanda Burle
Gabriel Di Blasi
Kelly Aguilar
Manoel Fernandes
Conselho Fiscal
Mariana Guimarães
Anna Paula Losi (Suplente)
Comitê editorial
Andrea Gozetto
Bruno Perman
Catarina Correa
Eduardo Galvão
Edna Dantas
Fabiano Rangel
Kelly Aguilar
Mariana G. B. Braga
Michel Neil
Raquel Fernandes Batista Araujo
Rodrigo Navarro
A revista Diálogos IRELGOV é
editada pela Varidel Comunicação
Rua Cardoso de Almeida, 1006,
Conjunto 9 – Perdizes – São Paulo –
SP – CEP 05013-001
Tel.: +55 11 2501.2202
Email: varidel@varidelcomunicacao.
com Jornalista Responsável:
Edna Dantas (MTb 1.259/DF) –
Colaboraram nessa edição: Renata
Miyabe Ueda (Design gráco),
Daniele Aronque (Revisão)
e Juliana Mariz (reportagem e texto)
Foto de capa: iStock
É com grande orgulho que apresentamos esta edição especial para vocês.
Uma edição sobre mulheres no poder – ou melhor, a ausência significativa
delas em cargos estratégicos da nossa sociedade, seja na política ou no
mundo corporativo.
O tema era para ser comemorativo ao mês de março – o mês das
mulheres. Contudo, fomos assolados com a pandemia da COVID-19 e, dada
a velocidade das movimentações do setor de relações governamentais, a
edição acabou atrasando. E já estamos em abril. Perdoem-nos!
Quando o Conselho deliberativo escolheu fazer esta edição especial,
já no último trimestre de 2019, o plano era realizar um grande evento de
lançamento em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro com a presença de
muitos que estão mencionados nesta edição - homens e mulheres que
apoiam a ascensão feminina na demonstração do seu potencial nas diversas
esferas políticas.
Mas o cenário mudou e a pandemia impôs o isolamento social. Contudo,
optamos por manter a edição. Sua publicação no atual contexto retrata bem
o tema em questão: os desafios (conscientes ou não) que são colocados
no caminho das mulheres diariamente, seja na política ou em qualquer
atividade econômica.
Me enche de orgulho esta publicação, pois passa uma mensagem
que também é levantada por uma das nossas entrevistadas – a falta de
autoconfiança como barreira ao protagonismo. Os desafios foram muitos:
conseguir entrevistados em nossa área justamente num momento tão
desafiador e conturbado para todos nossos associados; equilibrar tempo de
fornecedores e apoiadores mediante as realidades pessoais tão complexas
para todos nós (home schooling, afazeres domésticos, home office).
Houve momentos em que faltou a confiança de que esta edição sairia. Mas,
apesar dos desafios, seguimos em frente - e aqui fica meu agradecimento
pessoal a todos que pararam tudo em meio ao caos para contribuir com a
finalização de nossa revista.
Pessoalmente, acredito que com esta publicação passamos uma
mensagem não somente às mulheres, mas a todos: a importância da
parceria, do comprometimento, do apoio e da resiliência para alcançar
nossos objetivos, sem nunca deixar de lado o papel de cada um nessa e em
tantas outras jornadas que teremos pela frente.
Boa leitura!
E
6 7
Raquel Fernandes Batista Araújo
Diretora de Comunicão do IRELGOV
2 3 4 51S
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
Abril 2020
Nessa edição
14
O impacto da crise provocada
pelo coronavírus nas Relações
Governamentais
ARTIGO
06
COVID-19 provoca adiamento
das eleições no IRELGOV
EVENTOS
11
ESPECIAL MULHERES
HeForShe nas empresas,
elas na política e em RelGov
SUMÁRIO
04
RADAR
Parceria IRELGOV e JOTA
Editorial ..................................................................... 02
AGE aprecia e aprova prestação
de contas do IRELGOV de 2019 ............................ 04
Parceria JOTA e instituto ....................................... 05
COVID-19: Eleição no IRELGOV adiada ............... 06
Seja sócio IRELGOV ................................................. 07
ESPECIAL HeForShe nas empresas ...................... 11
ESPECIAL Mulheres na política ............................. 18
ESPECIAL Mulheres em RelGov ............................ 22
Artigo: COVID-19 e os impactos
nas Relações Governamentais .............................. 23
Artigo: Governo Digital - inclusão
e segurança para o Brasil ........................................ 26
S
6 7S 2 3 4 51E
< >
Radar
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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4
E S
Em AGE, contas e mudanças
estatutárias aprovadas
Associados do IRELGOV reuniram-se em
Assembleia Geral Extraordinária (AGE) no dia 12 de
março, no Auditório Casa Inglesa, na sede daBraga
Nascimento e Zilio Advogados Associados (BNZ),
em São Paulo. Na AGE, foram apreciadas e aprova-
das as contas referentes ao exercício de 2019.
Durante a reunião, o presidente do insti-
tuto, Bruno Perman, fez uma apresentação sobre
as ações e projetos desenvolvidos pela entidade
em 2019, segundo ano de sua gestão. Além disso,
foram debatidas e aprovadas algumas alterações
no estatuto social do IRELGOV. A Assembleia foi
conduzida por Bruno Perman, pela vice-presiden-
te, Suelma Rosa e pela advogada e diretora Jurídi-
ca, Eriça Tomimaru.
Na apresentação feita aos Associados,
Bruno Perman informou sobre as atividades rea-
lizadas pelo Instituto em 2019, entre elas, duas
missões internacionais de estudo, um congresso
e outros 24 eventos entre debates, encontros de
relacionamento e networking. O mandato da atual
diretoria termina neste mês de abril de 2020.
< >
Radar
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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5
E S 2 3 4 51
A parceria entre
IRELGOV e JOTA
Com o texto intitulado “O IRELGOV e a evo-
lução do mercado de Relações Governamentais no
Brasil”, estreou no dia 11 de março a coluna que o IREL-
GOV passa a publicar uma vez por mês no site JOTA.
O primeiro artigo desta parceria foi assinado pelo
presidente da entidade, Bruno Perman. Os próximos
textos serão escritos por associados do Instituto.
O JOTA é um veículo de comunicação fun-
dado em 2014 por jornalistas especializados no
acompanhamento jurídico e institucional no Brasil.
Em 2019, venceu o World Digital Media Awards na
categoria de melhor startup de informação digital
no mundo. A premiação é organizada pela “The
Association of Newspapers and News Publishers”
(WAN-IFRA).
No artigo que marca a estreia da parceria
IRELGOV-JOTA, Bruno Perman fez um histórico do
surgimento do instituto e expôs os desafios. “Após
algumas reuniões, o grupo identificou que os princi-
pais desafios da atividade eram a reputação e a edu-
cação”, escreveu Perman. Não por acaso, explicou,
os dois aspectos se tornaram os pilares do Instituto.
Nos seis anos de existência do IRELGOV foi
lançado o guia de melhores práticas na atividade, a
correalização do anuário de profissionais de Rela-
ções Governamentais, além da realização de três
missões internacionais de estudos - uma para Bru-
xelas, duas para Washington e, mais recentemen-
te, Xangai e Pequim - , para citar alguns exemplos.
Para Perman, falta ao Brasil uma regula-
ção específica para a atividade e consenso quanto
a forma de regulamentação da atividade. Segundo
ele, o “IRELGOV tem se posicionado de forma a con-
tribuir com a melhoria técnica e amadurecimento
da prática de Relações Governamentais no Brasil”.
Para ler o artigo, acesse o endereço
http://bit.ly/2Q9n9AS
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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6
3 4 51E S
A eleição do novo Conselho Deliberativo
do IRELGOV, incluindo os cargos de presidente e
vice, foi adiada por período indeterminado. Con-
forme o Edital de Convocação, publicado em 13 de
março, a votação aconteceria no dia 16 de abril de
2020 durante Assembleia Geral Ordinária.
O adiamento é uma resposta do atual Con-
selho à recomendação do Ministério da Saúde para
evitar aglomerações e, assim, diminuir a propaga-
ção do novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com o artigo 22 do Estatuto So-
cial do instituto, a eleição para escolha de novo Con-
selho ocorre a cada dois anos.
Mesmo com o adiamento, o processo para
a formação de chapas está mantido. Cada chapa
deve manter a seguinte estrutura: um presidente,
um vice-presidente e oito conselheiros. Os candi-
datos ao cargo de presidente e vice-presidente
devem ser associados pessoa física e, cada chapa
poderá ter, no máximo, 30% de associados pessoa
jurídica. Somente poderão integrar as chapas os as-
sociados (pessoa física e/ou jurídica) que estiverem
quites com as suas obrigações sociais e financeiras.
A inscrição das chapas deve ser feita na se-
cretaria do IRELGOV, no prazo de 15 dias contados a
partir da publicação do novo edital de convocação.
Para conhecer todos os critérios e orien-
tações para o lançamento de uma chapa, acesse o
link: www.irelgov.com.br/ago-eleicao-2020/
Covid-19 provoca adiamento
de eleição no IRELGOV
o prazo de inscrição
das chapas é de
15 dias
a partir da publicação
do novo edital
Eleição
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Associados do
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
Associados do
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Seja sócio do IRELGOV
O trabalho de promoção da educação e da reputação do profissional de Relações
Governamentais é planejado e organizado de forma voluntária por um grupo de conselheiros,
diretores, apoiadores e associados, que doam o seu tempo para programar eventos e publicações
voltados à área, que estimulem o debate sobre a profissão e mostrem a ligação intrínseca entre o
diálogo público-privado e a democracia.
Parte do conselho e da diretoria do IRELGOV: Gabriel Di Blasi, conselheiro; Eriça Tominaru, diretora jurídica; Bruno Perman, presidente;
Erik Camarano, conselheiro e ex-presidente; Kelly Aguilar, conselheira e ex-presidente; Guilherme Athia, primeiro presidente do IRELGOV;
Suelma Rosa; vice-presidente e Juliana Celuppi, diretora de relações institucionais
EDUCAÇÃO
Intercâmbio e o
aprendizado de técnicas,
estratégias e fundamentos.
REPUTÃO
Valorizar a profissão de Relações
Governamentais por meio do diálogo com os
legítimos interesses da sociedade e do governo
PARA SE ASSOCIAR:
No site do IRELGOV, acesse SEJA UM ASSOCIADO/ASSOCIE-SE. No link estão todas as informações
e procedimentos para se associar.
Por telefone: (11) 3995-5210/98536-0012 Por e-mail: irelgov@irelgov.com.br.
Podem se associar empresas, entidades e pessoas físicas.
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DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
Associados doAssociados do
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8
2 4 51E S
Associados do IRELGOV
ABIQUIM (Associação Brasileira da
Indústria Química) - São Paulo/SP
vel Pereira Batista Rêgo: assessor de
Rel. Institucionais e Sustentabilidade
Cynthia Prochnow Zottarelli: assessora de
Rel. Institucionais e Sustentabilidade
Lidiane Soares da Silva: assessora
de Relações Públicas
ACTION RELAÇÃOES GOVERNAMENTAIS
(Action Relgov Assessoria e
Negócios Ltda) - Brasilia/DF
Gustavo de Assis Carneiro: sócio diretor
Mirian dos Santos Vaz: sócia Dietora
Ana Paula Hummel Vieira: sócia
Guilherme Mendes Rennó Rosa: sócio
Pedro Araujo Hummel Vieira:
sócio Administrador
João Henrique Hummel Vieira: sócio gestor
ANCD (Associação Nacional de
Certificação Digital) - Brasília/DF
Egon Luís Schaden Júnior:
Presidente executiv
Leonardo Gonçalves
Alysson Silva Soares
BMJ CONSULTORES (Barral Mj Consultores
Associados Ltda) - Brasília/DF
Wagner de Macedo Parente Filho: CEO
Juliano Griebeler: diretor
Verônica Prates: consultora
Rebeca Lucena: consultora
Rodrigo Almeida : sócio
Giselle Coelho: consultora
Leon Norking Rangel: consultor
Victor Hugo Brandão: consultor
BNZ (Braga Nascimento e Zilio
Advogados Associados) - São Paulo/SP
Everton Gabriel Monezzi: sócio diretor
José Amado de Faria Souza:
advogado e sócio diretor
José Ricardo dos Santos Luz Jr:
sócio gerente Institucional
Tony Ferreira de Carvalho Issaac
Chalita: sócio coordenador
CCA ADVOGADOS ASSOCIADOS
(Cittadino, Campos e Antonioli
Advogados Associados) - Brasília/DF
Maurício de Albuquerque Wanderley: advogado
RADAR GOVERNAMENTAL / CELUPPI
ADVOGADOS (Celuppi Sociedade
de Advogados) - São Paulo/SP
Juliana Celuppi: sócia diretora
Jonas Del Nobile – sócio
Hugo Vecchiato – sócio
Dayanne Cavalcanti – sócia
Alison Cassis: CTO
Manuella Faria Bianchine
-advogada Regional
DI BLASI, PARENTE & ADVOGADOS
ASSOCIADOS (idem) - Rio de Janeiro/RJ
Eriça Tomimaru: advogada Associada
Gabriel Di Blasi: sócio gerente
Raquel Fernandes Batista
Araujo:diretora de Relações
Governamentais e Institucionais
DISTRITO RELAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
(Gennari e Madruga Relações
Governamentais) - Brasília/DF
Publio Sejano Madruga: diretor
Danilo Gennari de Souza: diretor
ESPM (Associação Escola Superior de
Propaganda e Marketing) - São Paulo/SP
Rodrigo Ulhôa Cintra de Araújo:
diretor de Relações Internacionais
Denilde Oliveira Holzhacker: professora
GE (General Electric do Brasil
Ltda) - São Paulo/SP
Daniel Carvalho de Mendonça:
diretor de Relações Governamentais
e Políticas Públicas
IBUREAU: (Intelligence Bureau
Consultoria Ltda) - São Paulo/SP
Roberta Moreno Cirilo de Almeida
Staniscia: sócia-fundadora
Camila de Souza Salvatore:
Coord. de Relações Institucionais
e Governamentais
Yohana Wihby Ventura: analista
ICC BRASIL (Comitê Brasileiro
da Câmara de Comércio
Internacional) - São Paulo/SP
Gabriella Dorlhiac- coordenadora
de Políticas Públicas
Leonardo Carmignani Barbosa:
analista de Policy
Karim Cristina Aguilar:
assessora executiva
EMPRESAS
INTELIGOV (Inteligov Aplicativos
de Internet Ltda EPP) - São Paulo/SP
Raphael Cappuci Maia Negrão
Caldas: sócio diretor
Diogo Ferraz Jodar:
Customer Success Agent
Aline Silva Pereira: agente de
Desenvolvimento de Novos Negócios
JEFFREY GROUP BRASIL (The
Jeffrey Group Brasil Ltda) - Brasília/DF
Fernando Henrique Carneiro
Teixeirense: diretor de Grupo
Alexandre de Souza Mota:
executiv de Contas Sênior
Leonardo Martins de Araújo:
diretor de Atendimento
M. J. ALVES E BURLE (Marcos
Joaquim Gonçalves Alves e Burle
advogados e consultores) - Brasília/DF
Fernanda de Albuquerque
Maranhão Burle: sócia
Marcos Joaquim Gonçalves
Alves: sócio
Leandro Modesto Coimbra: sócio
MATCHMAKING BRAZIL
(Matchmaking Brazil Serviços
Eireli) - Brasília/DF
Bernhard J. Smid: diretor
MATTOS FILHO advogadoS
(Mattos Filho Veiga Filho Marrey
Jr e Quiroga) - Brasília/DF e SP
Mariana Guimarães Borborema
Braga: advogada
Gustavo Vieira de Sousa:
assistente de Serviços Jurídicos
MSD (Merck Sharp Dohme
Farmacêutica Ltda) - São Paulo/SP
Kelly Cristiane Aguilar: especialista
Sênior de Relações Governamentais
Guilherme Pasetto Leser: diretor de
Rel. Governamentais e Comunicação
Kleber Santos -gerente
de Relações Institucionais
NOVO NORDISK BRASIL
(Novo Nordisk Farmacêutica
do Brasil Ltda) - São Paulo/SP
Simone W. Tcherniakovsky:
diretora de MAPAC
Peterson Batista Cruz: gerente
de Relações Governamentais
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
Associados doAssociados do
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9
2 4 51E S
PROFISSIONAIS
ALBERTO DO AMARAL OSORIO
BUENO : Concordia
ALESSANDRA MARTINS GUALBERTO
RIBEIRO: Tauil Chequer Advogados
ALESSANDRA ROMANO GRANGEIRO:
Companhia Siderúrgica do Pecém: CSP
ALEXANDRE AMISSI GARCIA
SILVEIRA : Dow Química
ANA CAROLINA LACERDA TIMPONI:
ABIVIDRO: Associação Brasileira
das Indústrias de Vidro
ANALU CORDEIRO DOS SANTOS: Cargill
ANDRÉ COELHO MENDONÇA ELER: Bites
ANDRÉ MACEDO DE OLIVEIRA: BMA
Advogados e Docente na UNB
ANDRÉA CRISTINA OLIVEIRA
GOZETTO: Docente da FGV
ANDREA FABRINO HOFFMANN
FORMIGA: Perman Advogados Associados
PATRI (Patri Políticas Públicas
Ltda) - Brasília/DF
Eduardo Carlos Ricardo: CEO
Michel Neil Trindade Francisco: sócio diretor
Catarina Corrêa Vonsperling:sócia
SANOFI -MEDLEY (Sanofi Medley
Farmacêutica Ltda) - São Paulo/SP
Mauricio Mendonça: diretor
de Assuntos Públicos
Guilherme Freire: diretor de
Relações Governamentais
Lais Dantas Leoni: diretora de
Saúde Pública: Sanofi Pasteur
Isabela Rehem Vargas: diretora
de Relações Governamentais
SCANIA (Scania Latim
América Ltda) - São Paulo/SP
Gustavo Rodrigo Bonini: diretor de
Assuntos Institucionais e Governamentais
Mauricio Adriano Niel: analista Governo
SIGALEI (Openlex Soluções
Tecnológicas Ltda) - São Paulo/SP
Ivan Ervolino: diretor de Vendas
Danilo Amaral de Oliveira: diretor executivo
Brina Deponte Leveguen:
analista de Novos Negócios
Frederico Amaral de Oliveira:
diretor de Operações
Felipe Scuracchio Maragno
Molina: gerente de Contas
SPC BRASIL (Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas - São Paulo/SP
André Luiz Pellizzaro: gestor
de Relações Institucionais
e Governamentais
Bianca Paula Robles: analista de
Rel. Inst. e Governamentais
Karoline Lima dos Santos Pereira:
analista de Rel. Inst. e Governamentais
Nayara Duarte Gonçalves: assistente
de Rel. Inst. e Governamentais
SUZANO PAPEL E CELULOSE
(Suzano S.A) - São Paulo/SP
Pablo Machado: diretor executivo:
Relações e Gestão Legal
Mariana Lisboa: Gerante executiva
de Relações Corporativas
Lys Piovezan Tardin: analista
de Relações Corporativas
TOZZINIFREIRE ADVOGADOS
(Tozzini, Freire, Teixeira e Silva
Advogados) - São Paulo/SP
Claudio Coelho de Souza Timm: sócio
TRENCH, ROSSI E WATANABE
ADVOGADOS (idem) - São Paulo/SP
Mauricio Caixeta Novaes: CEO
Henrique Kruger Frizzo: sócio
Heloisa Barroso Uelze: sócio
VECTOR RELAÇÕES
GOVERNAMENTAIS &
INSTITUCIONAIS (Vector
Assessoria e Consultoria Em
Relações Governamentais E
Institucionais LTDA) - Brasília/DF
Jean Carlo de Castro: diretor
André Atadeu Moreira: consultor
Irlon Ferreira da Silva Júnior: consultor
Letícia Linhares e Silva: consultora
Mariana Santos de Castro: consultora
VOLKSWAGEN DO BRASIL
(Volkswagen do Brasil Ind e
Com de Veículos Automotores
Ltda) - São Bernardo/SP
Antônio Megale: diretor
Assuntos Governamentais
Glória Merendi: gerente
de Rel. Governamentais
WALD, ANTUNES, VITA, LONGO
E BLATTNER ADVOGADOS
(idem) - São Paulo/SP
Arnoldo Wald Filho: sócio fundador
Mariana Tavares Antunes: sócia gestora
Samantha Mendes Longo: sócia gestora
Marcus Vinicius Vita
Ferreira: sócio gestor
CIBELE LEITE PERILLO FERREIRA: Raízen
CIBELE MARQUES SANTIAGO
DE OLIVEIRA: Alesp
CINTHIA BATTILANI GIANTOMASSI
MEDEIROS: Nike
CREOMAR LIMA CARVALHO DE SOUZA:
Dharma Political Risk and Strategy
DANIEL CARVALHO DE MENDONÇA:
General Eletric do Brasil: GE
DANIEL MOURAD MAJZOUB:
HMP Attorneys
DELILE GUERRA DE MACÊDO
JUNIOR: Sindipeças/Abipeças
DIEGO LUIZ GOMIDE COSTA: Agro
Relações Governamentais
DIEGO ZANCAN BONOMO: CNI
DIOGO FRIZZO DE MEDEIROS:
MHB Advogados
DIOGO WAKIZAKA: Becomex Consulting
EDGARD NOVUCHY PEREIRA USUY:
Integra Inteligência Política
ANDRÉA MARIA MEIRELLES
DE MENEZES: SABS
ANDREA VERISSIMO LOPES DE
ALMEIDA: Avelã Public Affairs
ÂNGELA BATISTA DE OLIVEIRA: Abraceel
ANGELA TAVARES REHEM DE
AZEVEDO: Libertas Consultoria
ANNA PAULA DE CARVALHO LOSI
DE OLIVEIRA: BCW-Global
ANSELMO AKIRA TAKAKI: Unilever
ANTÔNIO (NEWTON GALVÃO)
CESAR JR.: Fresenius-Kabi
ARMANDO DE QUEIROZ MONTEIRO
BISNETO: Mattos Engelberg advogados
BEATRIZ DIB NAMI: Estudante
BRUNA MONTEIRO RODRIGUES
DA COSTA: Estudante
BRUNO PERMAN FERNANDES:
Perman advogados Associados
CARLOS EDUARDO CABRAL DE LIMA:
Instituto Brasileiro da Cachaça: IBRAC
TILO BRZERSKI CÂNDIDO: ABRALATAS
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
Associados doAssociados do
3 6 7
10
2 4 51E S
EDUARDO ARAUJO RAMOS:
Jornalista/Estudante
EDUARDO RIBEIRO GALVÃO: ABIMAQ
EDUARDO SARAIVA CALDERARI: Roche
ELIANE SILVEIRA LAPA: Alelo
EMANOEL TAVARES COSTA
JUNIOR: RUMO
ERIK SASDELLI CAMARANO:
BioMarin Brasil Farmacêutica
FABIANA CAVALHERI PARAJARA: Bites
FABIANE CUNHA LAZZARESCHI:
Atvos Agroindustrial
FABIANO BOLCATO RANGEL:
Leão Alimentos   
FÁBIO A. RIBEIRO DE LIMA RUA: IBM
FABIOLA HELENA FARIAS
MATHIAS DE TARSO : Governo do
Estado de SP: Fundo Social SP
FERNANDO BENJAMIM
BUENO: Demarest
FERNANDO CARELI DE
CARVALHO: Bimbo Brasil
FERNANDO RABELO RIBEIRO:
Fundação BRAVA
FLÁVIO HENRIQUE GOMES DE
SOUZA: Laboratorios Pfizer
FLÁVIO MOURA FÉ LIMA: Faith
Relações Institucionais e Compliance
GIOVANI TRINDADE CASTANHEIRAF.
MENICUCCI: BMA Advogados
GUILHERME ARTUR GASEL MARTINS:
Câmara Municipal de Goiânia
GUILHERME ATHIA: Atlântico Europe
GUILHERME CANIELO DE
ARAÚJO: ABRALATAS
GUSTAVO JOSE MIANO
BONORA BISCASSI:
GUSTAVO MARTINELLI GAZOTTO:
HELGA PAULA FRANCO MEUSER: Nestlé
ISABELA FERNANDA MENDES: GRI Club
ISABELLA MARTINS DO
CARMO: ISA CTEEP
JOÃO MARQUES DA FONSECA NETO:
EMDOC Serviços Especializados Ltda
JOÃO PAULO ORSINI MARTINELLI:
Florêncio Filho e Camargo
Aranha Advogados
JOSÉ FERNANDO LATORRE
FILHO: Latorre Advogados
JOSÉ GABRIEL ASSIS DE ALMEIDA:
J. G. Assis de Almeida
JUAN CARLOS THOMPSON: ILAR:
Associação Latino-americana de
Medicamentos isentos de Prescrição
PIERO MONTEIRO SIAL: Mesquita,
Verçosa e Monteiro Sial Advocacia
RAFAEL BERNARDI SILVA: Bernardi,
Koch, Ferrario & Aguiar Advogados
RAFAEL FREITAS MACHADO: Machado,
Leite & Bueno Advogados
RAUL CURY NETO: Vittore Partners
REBECA DE SOUZA LEÃO ALBUQUERQUE:
Navarro Prado Advogados
RENATA DE PAIVA PUZZILLI COMIN:
RICARDO DE SABOYA ROCHA
MIRANDA: Ocesp: Organização
das Coop. do Estado de SP
RICARDO WAHRENDORFF CALDAS :
ROBERTA SAYURI KURUZY :
ABEVD-Associação Brasileira de
Empresas de Vendas Diretas
ROBERTO BRAGA DE ANDRADE: Braga
de Andrade Advocacia Empresarial
ROBERTO CARLOS DE ALMEIDA:
ROBERTO CARSALADE QUEIROGA: M
& Queiroga Relações Institucionais
RODRIGO FERREIRA VICENTE: CAIXA
RODRIGO MELO MESQUITA:
Rodrigo Mesquita Advocacia
RODRIGO NAVARRO DE ANDRADE:
Marster-Consulting e FGV
RUTH BATISTA CRUZ QUEVEDO: Cielo SA
SAMIR ANDRÉ FERREIRA PIRES:
Smart Modular Technologies
SAMUEL DA SILVA LEMOS:
Philip Morris Brasil
SÉRGIO AUGUSTO CAVALHEIRO
FERREIRA: Mani Holdings
SÉRGIO OLIVEIRA VILALVA RIBEIRO:
Prefeitura Municipal de Salvador
SHIRLEY EMERICK DUTRA: Braskem
SILENE TOGNOLI GALATI MONETA: Nike
SILVIA DE TOLEDO FAGNANI:
SUELMA ROSA DOS SANTOS: Dow Química
TACYRA OLIVEIRA VALOIS NERY: ABBOTT
TAIS MENDES: Grupo Uol/PagSeguro
TATIANA SIQUEIRA NOGUEIRA:
Grupo FarmaBrasil
THAIS MARÇAL RODRIGUES
MATIAS: Grupo Globo  
VALERIA CORA ROSSI: ExxonMobil
VALERIA MANDIA CAFE: IBGC
VANDER ALOÍSIO GIORDANO: Multiplan
VANESSA DORATIOTO DAMO: Estudante
WAGNER AUGUSTO DE GODOY MACIEL:
Godoy Maciel Advocacia e Consultoria
WILLIAN TADEU GIL: Sodexo Pass do Brasil
JULIANA AIROSA VILLANO: BASF
JULIANA GIRARDELLI VILELA: Vilela,
Motta & Andrade Advogados
JULIANNA GRANJEIA SILVA:
assessoria parlamentar
KELLY CRISTIANE AGUILAR:
MSD Farmacêutica
LUCAS PARREIRA LORINI: Consulado
Geral Britânico em São Paulo
LUCIANO INÁCIO DE SOUZA: Cescon,
Barrieu, Flesch & Barreto advogados
LUCIANO PEDREGAL DE CASTRO
LIMA: Sindipeças/Abipeças
LUCIEN BERNARD MULDER
BELMONTE: ABIVIDRO: Associação
Brasileira das Indústrias de Vidro
LUIZ FERNANDO VISCONTI: Visconti
Law: Legal & Public Affairs
MANOEL FERNANDES MACEDO JR: Bites
MARCELE BERTONI ADAMES:
Adames Cezimbra Advogados
MARCELO TOREZAN: Vertex
Farmacêutica do Brasil ltda
MÁRCIA REGINA MOSCATELLI:
Ultragenyx
MÁRCIO RAFAEL MARQUES
BARBOSA MACIEL: ABERT
MARIANA GUIMARÃES BORBOREMA
BRAGA: Mattos Filho
MARIANA SANTOS DE CASTRO: Vector
Relações Governamentais e Institucionais
MARINA BERTUCCI FERREIRA:
Pinheiro Neto Advogados
MÁRIO FERREIRA CAMPOS
FILHO: SIAMIG
MARIO SERGIO RAMALHO: RM CONSULT
MARTUS ANTÔNIO R.
TAVARES: Bunge Brasil
MILENA MARTINS OLIVEIRA : Cittadino,
Campos e Antonioli Advogados
MIRNA LARISSA WACHHOLZ CABRAL:
Ministério da Agricultura e Pecuária
MOACIR C. FURTADO JUNIOR:
NADIA ALI EL HAGE:
Unichem Farmacêutica
OTHAVIO PAULINO DA COSTA
PARISI: AUTOPASS S/A
PABLO MACHADO: Suzano S.A.
PAULO EDUARDO DE CAMPANTE
SANTOS : ABRASEM
PAULO GONÇALVES HOMEM: Raízen
PAULO MASSI DALLARI: 99app
PEDRO AVELLAR VILLAS-BÔAS: MJ
Alves e Burle Advogados e Consultores
< >
Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
4 6 7
11
2 3 51E S
Um passo de cada vez. E desde 2014, quan-
do a ONU lançou o movimento HeForShe (ElesPor
Elas, no Brasil), foi dado mais um passo no esforço
global para envolver homens e meninos na remoção
das barreiras sociais e culturais que impedem as mu-
lheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e
mulheres a fazerem juntos uma sociedade melhor.
O movimento foi lançado mundialmen-
te em uma solenidade na Organizão das Nações
Unidas com discurso da atriz Emma Watson, embai-
xadora da Boa Vontade da ONU Mulheres. As pala-
vras da jovem atriz, na época com apenas 18 anos,
reverberaram pelo mundo. “Eu quero que todos os
homens façam parte da campanha para que suas fi-
lhas, irmãs e mães possam se livrar também desse
preconceito, além de permitirem que seus filhos se-
jam mais vulneráveis, mais humanos e possam recu-
perar essas partes deles que abandonaram. Sendo
assim, poderão se tornar uma versão mais verdadei-
ra e mais completa de si mesmos”, disse a atriz.
Passados quase seis anos do lançamento
do HeForShe, a Diálogos IRELGOV pediu a opinião de
quatro executivos – três homens e uma mulher - para
O HeForShe nas empresas
saber o que eles pensam do movimento e também
como ele impactou nas empresas nas quais traba-
lham. Falamos com Marcellus Puig, vice-presidente
de Recursos Humanos da Volkswagen América do
Sul, Leandro Modé, superintendente de Comunica-
ção Corporativa e Relações Governamentais do Itaú
Unibanco, Maurício Mendonça, diretor de Relações
Institucionais na Sanofi e Helga Franco, gerente
Executiva de Assuntos Públicos da Nestlé.
< >
Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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DIÁLOGO IRELGOV – Antes de mais nada, o se-
nhor apoia o movimento HeForShe?
MARCELLUS PUIG – A Volkswagen apoia a diver-
sidade nas organizações e está trabalhando nesse
sentido. Suportamos o movimento da ONU Mu-
lheres “HeForShe” e pretendemos, em breve, tam-
bém ser signatários dele por meio do WEP (Princi-
pio de Empoderamento das Mulheres ou Woman
Empowerment Principle).
DI – Quais ações e atitudes propostas pelo
HeForShe o senhor entende como necessárias
para que homens e mesmo outras mulheres na
posição de liderança possam dar espaço para a
diversidade?
MARCELLUS PUIG - Somos um setor em trans-
formação e estamos trabalhando para aumentar
o percentual de mulheres na organização. Isso já
está ocorrendo, mas ainda esbarramos em outras
questões, como a da disponibilidade de profissio-
nais nas áreas de Engenharia Mecânica e Elétrica,
Tecnologia, etc. Acredito que as universidades
também estão trabalhando para alterar esse qua-
dro. O importante é que há um vetor de mudança,
impulsionado pela própria evolução da cultura or-
ganizacional, que inclui a diversidade como ponto
crucial. Em nossos programas de entrada na orga-
nização, como Programa de Estágio e Trainee, por
exemplo, já temos mulheres ocupando metade
das vagas, o que é um excelente sinal.
DI – Sabemos que a igualdade de gênero, prin-
cipalmente em cargos de liderança sênior, não
acontece da noite para o dia. Como o senhor en-
xerga a evolução no caso da Volkswagen?
MARCELLUS PUIG – Na Volkswagen temos o pro-
grama “Women in Management”, que trabalha as
indicações de mulheres para o plano de sucessão a
cargos de gestão. A participação das mulheres nas
empresas infelizmente ainda é baixa e elas são mi-
noria quando vericamos as posições de liderança.
Para mudar essa estatística, a Volkswagen do Bra-
sil, alinhada à Matriz, se comprometeu a partir de
2017 com a meta de aumentar para 14% a partici-
COM A PALAVRA, ELE
“Há um vetor de
mudança, impulsionado
pela própria
evolução da cultura
organizacional, que
inclui a diversidade
como ponto crucial
Marcellus Puig, vice-presidente de recursos
humanos da volkswagen américa do sul
< >
Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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pação de mulheres em cargos de gestão até 2025.
Esta meta, apesar de parecer tímida a uma primei-
ra vista, é bastante desaadora para uma indústria
de manufatura automobilísti-
ca como a Volkswagen. Esta
transição não terá a veloci-
dade que gostaríamos, mas
buscamos fazê-la de forma ro-
busta e duradoura, em todos
os níveis da organização. Para
isso, estamos trabalhando na
identicação, apoio e desen-
volvimento de um número
cada vez maior de mulheres
que já trabalham na empresa
para que elas se tornem gesto-
ras. Temos uma política de di-
versidade que prevê isso, como diretriz da empresa.
DI – Inconscientemente, a maioria das pessoas
reproduz estereótipos e preconceitos cultu-
ralmente arraigados, os chamados unconscious
biases. Quando a questão é gênero, existem
muitos exemplos. Como CHRO da Volkswagen,
de que forma o senhor acredita que esta ques-
tão deva ser tratada?
MARCELLUS PUIG – A questão dos vieses incons-
cientes já vem sendo tratada na Volkswagen. Em
2018, por exemplo, promovemos o primeiro cir-
cuito de palestras em todas as fábricas para tratar
deste assunto. Mas, como sabemos que isto envol-
ve também todo um trabalho de transformação
cultural, buscamos trazer a questão da diversidade
e dos vieses inconscientes para o dia-a-dia de nos-
sos empregados. No ano passado, organizamos um
webinar de Mulheres na Liderança aberto ao públi-
co geral, com executivas da empresa demonstrando
a participação das mulheres em cargos de lideran-
ça e compartilhando suas trajetórias de sucesso.
Em 2019 também recebemos o prêmio pela revis-
ta Automotive Business para as ações de igualda-
de de gêneros, o que mostra
que estamos no caminho cer-
to. Contamos hoje com uma
série de ações nesse sentido,
como a Sala de Apoio à Lac-
tante em todas as unidades,
Circuito pela Saúde da Mu-
lher no mês de outubro e cur-
so de gestantes em todas as
unidades. Mais recentemen-
te, no final do ano passado,
começamos com a iniciati-
va global Diverstiy Wins @
Volkswagen. Realizamos um
treinamento para empregados que atuarão como
multiplicadores do tema diversidade em toda a
organização, alinhados à iniciativa global do Gru-
po VW. Ainda em 2020, cerca de 1.000 líderes pas-
sarão pelo treinamento. Nele, os participantes re-
ceberão ferramentas para promover ainda mais a
diversidade nas rotinas de trabalho junto de seus
subordinados e assim, consequentemente, tam-
bém conscientizá-los para as questões envolven-
do os vieses inconscientes.
A ideia é que este conteúdo passe a se reetir não
apenas no ambiente prossional, mas também
fora da empresa. Familiares e amigos também
serão beneciados, assim como a sociedade será
positivamente impactada. A Volkswagen tem uma
posição clara da defesa da diversidades dentro
da organização, não limitada à questão homem/
mulher, mas também em todas suas outras abor-
dagens. Buscamos respeitar a valorizar nossos
empregados e suas individualidades, pois acredi-
tamos que isso beneciará a todos.
Somos um setor em
transformação e estamos
trabalhando para aumentar
o percentual de mulheres
na organização. Isso já
está ocorrendo, mas ainda
esbarramos em outras questões,
como a da disponibilidade
de profissionais nas áreas
de Engenharia Mecânica e
Elétrica, Tecnologia, etc.
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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Diálogo IRELGOV – Antes de mais nada, o senhor
apoia o movimento HeForShe?
MAURÍCIO MENDONÇA – Sim. Este é um movi-
mento muito relevante pelo alcance mundial e pe-
los apoios importantes que reúne. A equidade de
gênero e o empoderamento feminino são temas
com elevado potencial para transformar a socie-
dade. Diversas organizações estão se mobilizando
para estabelecer iniciativas nesta direção e os pro-
ssionais de relações governamentais, como é o
nosso caso, têm uma enorme responsabilidade de
dar visibilidade e trabalhar por estas causas.
DI – Quais ações e atitudes propostas pelo
HeForShe o senhor entende como necessárias
para que homens e mesmo outras mulheres na
posição de liderança possam dar espaço para a
diversidade?
MAURÍCIO MENDONÇA – Na área corporativa e
no mundo do trabalho em geral, o principal desa-
o é garantir oportunidades iguais para homens e
mulheres no desenvolvimento da carreira. As de-
cisões de promoção, aumento de salários e outros
aspectos da vida corporativa ainda registram mui-
tas injustiças e desigualdades. Os líderes corpo-
rativos precisam estar atentos às suas decisões e
COM A PALAVRA, ELE
A equidade de gênero
e o empoderamento
feminino são temas
com elevado potencial
para transformar
a sociedade
Maurício Mendonça, diretor de relações
institucionais da sanofi
aos impactos sobre as organizações no caso de não
promover políticas armativas de equidade.
DI - Sabemos que a igualdade de gênero, prin-
cipalmente em cargos de liderança sênior, não
acontece da noite para o dia. Como o senhor en-
xerga a evolução no caso da Sano?
MAURÍCIO MENDONÇA – Liderança feminina é um
grande case na Sano. Atualmente, 50% do quadro
total de funcionários da empresa no Brasil é com-
posto por mulheres. Globalmente, as mulheres re-
presentam 46% dos mais de 100 mil prossionais
empregados pela companhia, em mais de 100 paí-
ses. A representação feminina em cargos de lide-
rança evoluiu consideravelmente ao longo dos anos.
Em 2014, as mulheres representavam 26% dos car-
gos do Comitê Executivo e, em 2019, passaram para
47%. O percentual em cargos de gerência evoluiu
de 34% (2014) para 46% (2019), indicando efetivi-
dade dos esforços da companhia neste pilar. Os nú-
meros são resultados de diversas medidas tomadas
para acelerar o processo de ascensão de mulheres.
DI – Inconscientemente, a maioria das pessoas
reproduz estereótipos e preconceitos cultu-
ralmente arraigados, os chamados unconscious
biases. Quando a questão é gênero existem mui-
tos exemplos. Como o senhor acredita que esta
questão deva ser tratada?
MAURÍCIO MENDONÇA – Os aspectos culturais e
sociais são determinantes para o processo de de-
cisão dos líderes das organizações. A Sano tem
iniciativas como a capacitação de Viés Inconsciente
(Challenge your bias), desenvolvido para conscien-
tizar os funcionários sobre seus próprios vieses e
como eles podem interferir na formação de times
diversos. O programa foi implementado em 2017
no Comitê Executivo e de Diversidade & Inclusão.
Em 2018 foi estendido para mais de 180 lideranças
de diferentes áreas e hoje está disponível na pla-
taforma de treinamentos da empresa de maneira
xa, sendo aberto a todos os funcionários.
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Especial
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DIÁLOGO IRELGOV - Antes de mais nada, o se-
nhor apoia o movimento HeForShe?
LEANDRO MODÉ - Com certeza. Este é um mo-
vimento global poderoso para avançarmos na
agenda de igualdade de gênero, por meio da con-
vocação ao diálogo e comprometimento da po-
pulação masculina. Precisamos romper barreiras
ainda existentes e promover a equidade de direi-
tos e oportunidades. Direitos como, por exemplo,
ganhar salários iguais para a mesma função que
os homens, ter as mesmas oportunidades pro-
fissionais, ser respeitada e não sofrer violência.
DI – Quais ações e atitudes propostas pelo
HeForShe o senhor entende como necessárias
para que homens e mesmo outras mulheres na
posição de liderança possam dar espaço para a
diversidade?
LEANDRO MODÉ – Para que essa mudança social
ocorra de fato, o discurso por si só não é suficien-
te. É necessário que o comprometimento seja
traduzido em ações nas instituições. Abrir espaço
para o tema e organizar fóruns e diálogos institu-
cionais é um passo importante para fomentar dis-
cussões sobre novas políticas e campanhas vol-
tadas ao tema de diversidade e empoderamento
feminino. O engajamento é fator-chave e deve
permear toda a organização, não só a liderança.
Como exemplo, no Itaú realizamos uma pesquisa
com objetivo de investigar o que é diversidade
para nossos colaboradores, entender a percep-
ção sobre paridade de gêneros, e avaliar as ações
necessárias para criar um ambiente favorável à
ascensão de talentos femininos e estimular a di-
versidade. A partir dos resultados, identificamos
os temas que precisam ser desenvolvidos e como
podemos estruturar as ações. Na prática, este es-
tudo nos ajudou, por exemplo, a reduzir a desi-
gualdade de gênero com relação à remuneração
ao aprovar o pagamento integral de bônus para as
mulheres que estiverem em licença-maternidade.
DI – Sabemos que a igualdade de gênero, prin-
cipalmente em cargos de liderança sênior, não
acontece da noite para o dia. Como o senhor en-
xerga a evolução no caso do It?
LEANDRO MODÉ – Estamos caminhando po-
sitivamente, mas sabemos que os desafios são
COM A PALAVRA, ELE
“O engajamento
é fator-chave e
deve permear toda
a organização,
não só a liderança
leandro Modé, superintendente de
comunicação corporativa e relões
governamentais do it unibanco
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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inúmeros. O Itaú Unibanco tem promovido di-
versas iniciativas com a finalidade de incentivar
a diversidade de gênero na instituição. Destaco
aqui nossa adesão aos Princípios de Empodera-
mento das Mulheres em 2017, propostos pela
ONU Mulheres e pelo Pacto Global das Nações
Unidas, que refletem nosso comprometimento
formal com a equidade de gênero no ambiente
profissional e na sociedade. Como ações do dia
a dia, temos um programa interno com diversas
iniciativas, incluindo workshops,
além de uma política que define
direitos para as colaboradoras
até o retorno de licença-materni-
dade; uma ferramenta de moni-
toramento dos comitês de suces-
são para garantir a participação
de mulheres; eventos periódicos
que estimulam o debate sobre
os desafios, responsabilidades
e avanços quanto à equidade de
gênero, conectando executivos
e executivas com os colaborado-
res; o Programa Itaú Mulher Em-
preendedora, que busca apoiar
mulheres empresárias por meio
de capacitação, facilitação com
ferramentas de gestão e de ex-
pansão do networking; entre
outras. Em relação aos números,
hoje as mulheres representam
59% de nossos colaboradores e,
até cargo inicial de gestão (coor-
denador), temos um bom equilí-
brio de gênero (51%). A partir do nível gerência,
o desafio é maior, mas quando comparado à mé-
dia de outras empresas no Brasil, estamos um
pouco à frente. Segundo o “Global Gender Gap
Report 2020”, no Brasil, as mulheres represen-
tam 8,4% do board de diretores, enquanto que
no banco temos 13,5% de presença feminina.
DI – Inconscientemente, a maioria das pessoas
reproduz estereótipos e preconceitos cultu-
ralmente arraigados, os chamados unconscious
biases. Quando a questão é gênero existem
muitos exemplos. Como o senhor lida com esse
tipo de preconceito?
LEANDRO MODÉ – A tomada de consciência de
que todos nós podemos ter preconceitos não
percebidos, em diferentes níveis, é um ponto de
partida importantíssimo para que a diversidade
ocorra de fato. Na América La-
tina, crescemos em uma cultura
machista sob diferentes aspectos.
Por isso, os vieses inconscientes
ligados às questões de gênero
estão muito enraizados. Dito isto,
devemos estar sempre atentos
ao nosso repertório cultural, que
pode gerar determinados vieses,
para não nos deixarmos influen-
ciar e prejudicar nossas decisões,
sejam pessoais ou corporativas.
DI - Existe por parte do Itaú Uni-
banco uma preocupação quanto
ao tema - unconscious biases?
LEANDRO MODÉ – Neste ponto,
a sensibilização dos colaborado-
res é considerada essencial, espe-
cialmente da liderança, por meio
de treinamentos e discussões. E
o banco está atuando nisso. Em
setembro de 2018, iniciamos a
sensibilização de superintenden-
tes, diretores e Comitê Executivo por meio da
abordagem de conceitos, cases, testes e encon-
tro presencial para promover um diálogo res-
peitoso. Esse projeto foi expandido para outros
níveis da liderança, assim como para os demais
colaboradores, por meio de palestras, seminários
e workshops.
Para que essa
mudança social ocorra
de fato, o discurso por
si só não é suficiente.
É necessário que o
comprometimento seja
traduzido em ações nas
instituições. Abrir espaço
para o tema e organizar
fóruns e diálogos
institucionais é um
passo importante para
fomentar discussões
sobre novas políticas e
campanhas voltadas
ao tema de diversidade
e empoderamento
feminino.
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Especial
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DIÁLOGOS IRELGOV – Antes de mais nada, a senho-
ra apoia o movimento HeForShe?
HELGA FRANCO - Acredito que a movimentação por
uma equalização das oportunidades de ambos os gê-
neros é algo importantíssimo para que possamos ter
a criação real de valor compartilhado entre as empre-
sas, consumidores e sociedade.
DI – Quais ações e atitudes propostas pelo movi-
mento a senhora entende como necessárias para
que homens e mulheres na posição de liderança
possam dar espaço para a diversidade?
HELGA FRANCO - Potencializar os ambientes de
mentoring com a nalidade de preparar mulheres para
posições de liderança é um exemplo de atitude que
pode impulsionar a diversidade em posições críticas.
Além disso, um ambiente que proteja a maternidade
é fundamental para que mães e pais possam alavancar
suas oportunidades, conhecimentos e experiências.
DI – Sabemos que a igualdade de gênero, principal-
mente em cargos de liderança sênior, não acontece
da noite para o dia. Como a senhora enxerga a evo-
lução no caso da Nestlé?
HELGA FRANCO - A Nestlé progrediu nos últimos
anos, com um plano para aumentar o número de mu-
lheres em cargos gerenciais até 2022. Além disso,
foi lançada globalmente uma nova Política Global de
Proteção à Maternidade, reconhecendo que os papéis
dos pais não são somente denidos pelos gêneros.
DI – Inconscientemente, a maioria das pessoas re-
produz estereótipos e preconceitos culturalmente
arraigados, os chamados unconscious biases. Quan-
do a questão é gênero existem muitos exemplos.
Como a senhora lida com esse tipo de preconceito?
HELGA FRANCO – Acho fundamental pontuar. Tudo
o que for essencial ao equilíbrio nas relações de tra-
balho deve deixar de ser “inconsciente” e ser trazido
para o plano da “consciência” e da razoabilidade.
DI – Existe por parte da Nestlé uma preocupação
quanto ao tema - unconscious biases?
HELGA FRANCO – Sim! Respeito é nosso valor na
Nestlé. Por meio de um ambiente de trabalho inclusi-
vo ajudaremos a criar uma sociedade sólida e melhor.
COM A PALAVRA, ELA
“Um ambiente que
proteja a maternidade
é fundamental para
que mães e pais
possam alavancar
suas oportunidades,
conhecimentos
e experiências”
Helga Franco, gerente executiva
de assuntos públicos da nestlè
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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Na luta por mais
mulheres na política
Um levantamento da União Interparlamen-
tar (IPU, em inglês) mostra que o Brasil está na posi-
ção 156 de um ranking com 190 países que avalia a
presença feminina em parlamentos. Segundo o Fó-
rum Econômico Mundial, levaremos 108 anos para
que homens e mulheres tenham a mesma chance na
política. Basta avaliarmos os resultados das últimas
eleições para percebermos que temos muito a fazer
se quisermos equilibrar a presença feminina nas de-
cisões políticas do país.
No Brasil, apenas 11,57 % das prefeituras
são administradas por mulheres. O Congresso Na-
cional conta com 15% de senadoras e deputadas fe-
derais, enquanto a média global é 24,5%. Em 2019,
a bancada feminina no Senado Federal foi reduzida
no brasil temos
15%
de senadoras e deputadas,
enquanto a média global é de
24,5%
de 13 para 12 senadoras. Em 2014 tínhamos 51 de-
putadas federais e em 2018 alcançamos 77 - um ín-
dice muito distante do ideal se pensarmos que me-
tade da nossa população é composta por mulheres.
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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Desde 2015 o cenário político e econômico
do país alavancou o interesse das mulheres. Grupos
de apoio começaram a se formar para ajudar nessa
engrenagem e a importância da equidade na polí-
tica passou a ser discutida mais amplamente. “O
Congresso deve espelhar a nossa sociedade. Quan-
do estamos sub representadas, a formulação das
políticas públicas não leva em conta as demandas
das mulheres”, arma Suelma Rosa, vice-presidente
do IRELGOV e envolvida com grupos que apoiam a
causa das mulheres na política.
Menos recursos
Uma dessas iniciativas é o Elas no Poder,
movimento fundado em 2018 pelas cientistas polí-
ticas Karin Vervuurt e Letícia Medeiros. Sócias em
uma empresa de pesquisa política, elas perceberam
que os únicos candidatos que contratavam seus ser-
viços eram homens brancos e com grande inuência
no partido. “Como as candidatas têm menos recur-
sos do que os homens, elas não têm acesso à inte-
ligência estratégica necessária para planejar uma
campanha”, arma Karin.
Quando estamos sub
representadas, a formulação das
políticas públicas não leva em
conta as demandas das mulheres
Suelma Rosa,
Vice-presidente do IRELGOV
Karin Vervuurt,
uma das fundadoras
do Elas no Poder
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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2 3 4 51E S
A partir dessa percepção, ambas resolve-
ram criar o Elas no Poder para formar candidatas
mais competitivas. Em 2018, o movimento ajudou
cinco postulantes. Nenhuma foi eleita. “Além de
poucos recursos via nanciamento partidário, fal-
tou o incentivo para o voto de mulher em mulher”,
avalia Karin. No ano seguinte, elas passaram a mi-
nistrar um curso de formação política em alguns
estados brasileiros. O próximo passo é transpor
esse alcance para a América Latina. Para isso, cria-
ram um nanciamento coletivo em parceria com o
Instituto Update, uma organização que fomenta a
inovação política na América Latina. A intenção é
construir uma ferramenta online gratuita para ca-
pacitar futuras candidatas com videoaulas, entre-
vistas e cartilhas. O nanciamento estava na reta
nal quando começou o connamento por causa
da Covid-19. Vamos reavaliar quando essa fase
passar”, explicou Karin.
Homens com as decisões
Um aspecto que breca a presença feminina
na política é o ambiente inóspito. Mulheres não são
bem recebidas nas estruturas dos partidos políticos.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
44% dos liados em partidos políticos são mulheres
Deputadas da bancada feminina na Câmara
durante votão da PEC da Previdência
A dificuldade de se verem
[as mulheres] como protagonistas
e a falta de auto confiança
também são barreiras.
Gisele Agnelli,
Coletivo “Vote Nelas”
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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e apenas 20% delas estão em cargos diretivos. As
decisões estão nas mãos de homens que escolhem
seus pares para distribuir recursos e disponibilizar a
estrutura partidária.
Segundo Suelma Rosa, do IRELGOV, ações
armativas são necessárias para corrigir distorções.
Pela lei, mulheres devem compor 30% das vagas das
listas de candidatos dos partidos políticos e 30%
do fundo especial de nanciamento de campanhas
têm de ser destinados a elas. Um avanço que deve
ser mantido e scalizado.
Além dessa questão estrutural, uma pers-
pectiva psicológica também impede a incursão da
mulher na política. “Há um viés inconsciente que
deve ser levado em conta. A diculdade de se ve-
rem como protagonistas e a falta de auto conança
também são barreiras”, arma Gisele Agnelli, do co-
letivo Vote Nelas.
Criado em 2018 pela urbanista Duda Al-
cântara e pela deputada estadual Marina Helou, o
Vote Nelas tem como objetivo aumentar a presen-
ça feminina no Congresso Nacional incentivando o
voto em mulheres. Em dezembro do ano passado,
o coletivo lançou uma pesquisa qualitativa batiza-
da de Jornada da Candidata. Foram entrevistadas
34 mulheres que disputaram eleições em 2016 ou
2018. Elas eram de 16 estados e 14 partidos; sendo
que dez foram eleitas e 14 não.
A pesquisa apontou insights importantes
para estabelecer algumas ações. Entre elas, a noção
de que escolher um partido político envolve muito
mais do que ideologia, a importância do dinheiro e
do planejamento. Também revelou o quanto uma
campanha pode impactar a vida pessoal, desgastar
relacionamentos e a saúde física e mental da candi-
data. “Mesmo assim, todas as mulheres entrevista-
das disseram que fazer uma campanha é transforma-
dor. Elas não temem entrar na política. O que existe
é uma estranheza porque mulheres se relacionam
com o poder de uma forma diferente. Elas estão
ressignicando o que é poder”, completa Gisele.
Mentoria e formação política
Eleita deputada Federal no último plei-
to, Tabata Amaral (PDT - SP) não se contentou em
ter conquistado sua cadeira na política. Ela quer
ter mais mulheres nos corredores do Congresso
e, por isso, lançou em dezembro o movimento
Vamos Juntas para apoiar candidatas nas eleições
de 2020 por meio de mentorias, formação política,
desenvolvimento pessoal e apoio em rede. “Sa-
bendo que o caminho para as mulheres é mais lon-
go e mais difícil, é preciso muita coragem e uma
boa dose de apoio para que as mulheres consigam
superar as barreiras sociais e institucionais, ocu-
pando de fato a política”, escreveu Tabata na oca-
sião do lançamento. No dia 30 de março aconte-
ceu um encontro online com as 54 mulheres de 22
estados brasileiros que o projeto vai capacitar.Foi
a primeira de tantas reuniões que busca mudar
o cenário político brasileiro e deixar no passado
qualquer estranhamento quando alguma mulher
avisar que irá se candidatar.
Deputada
Tábata Amaral
(PDT-SP), do
Vamos Juntas”
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Especial
DIÁLOGOS IRELGOV - ABRIL de 2020
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Criado há um ano por Juliana Celuppi, Fa-
biane Lazzareschi, Michaelle Santos, Verônica Hoe e
Suelma Rosa, o grupo Mulheres RelGov (MRG) reúne
prossionais que atuam na área para troca de expe-
riências. O coletivo, que conta com mais de 500 inte-
grantes, organiza eventos, faz mentorias e ainda aju-
da em decisões institucionais para fortalecer o setor.
Tratam principalmente da pauta feminina, mas não
somente isso
Ainda somos sub representadas, principal-
mente nos postos de liderança. A situação reete a
falta de representatividade feminina na política e no
mundo corporativo”, argumenta Suelma Rosa, vice-
presidente do IRELGOV e uma das co-fundadoras do
coletivo. De acordo com o Anuário Origem 2019, que
traçou um perl dos prossionais do setor, a partici-
pação feminina na liderança em RIG nas empresas é
de 31,5%; nas consultorias é de 29,9%; e nas associa-
ções é de 17,3%. “Queremos fazer um programa de
mentoria para capacitar mulheres em RIG para que
se desenvolvam e cheguem à posição de liderança”,
defende Suelma Rosa.
Juliana Celuppi, também co-fundadora do
MRG, explica que o grupo foi criado para suprir uma
Mulheres RelGov:
já são mais de 500
demanda por compartilhamento de ensinamentos
entre as mulheres do setor e unir forças para garan-
tir melhor representatividade, seja em eventos ou
cargos em geral, principalmente de liderança. Além
disso, o coletivo propõe o debate sobre os vieses in-
conscientes de homens e mulheres que inuenciam
tomadas de decisão e a permanência de preconceitos.
Ela pontua que muitos avanços já foram con-
quistados, mas é preciso ir além. “Não queremos trans-
formar a pauta feminista em uma luta por certo e erra-
do, homens versus mulheres, mas apenas encontrar o
equilíbrio tão necessário para o desenvolvimento da
sociedade em geral. A diversidade de gênero é ape-
nas um destes pilares, mas existem diversos outros
grupos que também precisam de maior voz”, arma.
As fundadoras do coletivo: Suelma ,
Michaelle, Juliana, Verônica e Fabiane
Parte das mulheres do MRG em encontro realizado em
outubro do ano passado: monitoria e troca de experiências
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COVID-19 e o impacto
nas Relações
Governamentais
O primeiro caso de coronavírus registrado pelo Ministério da Saúde foi em 26 de
fevereiro de 2020 - apesar de alguma controversa. Um mês e alguns dias depois, o cenário
brasileiro é de 7.910 casos confirmados, com 299 mortes
1
e um Governo Federal bastante
desgastado. O avanço dos infectados foi rápido, mas as ações de alguns governadores e pre-
feitos no combate à Covid-19 foram numerosas e em tempo. Fato que aumentou a estima por
muitos destes políticos, ao mesmo tempo em que as críticas quanto a constitucionalidade das
ações tomadas. A postura de muitos governadores e prefeitos vão na contramão da postura
do presidente Jair Bolsonaro, que minimiza o combate ao vírus ao intitulá-lo de “gripezinha
e chamar a população para sair do isolamento recomendado pela OMS e pelo próprio Minis-
tério da Saúde
2
.
O que é atribuído aos governadores como mérito é apenas responsabilidade básica,
afinal, eles são constitucionalmente encarregados desta função. Desde o dia 12 de março
os estados estão tomando medidas restritivas, como a suspensão de aulas e fechamento de
comércio e fechamento de rodovias estaduais e vias municipais. Ao longo dos dias, com o
aumento do número de casos somado ao desalinhamento federal, os governadores passaram
a cobrar medidas assertivas do presidente e de seus ministros. Eles não esperaram o Gover-
no Federal agir para se mobilizarem no combate ao alastramento da pandemia, nem mesmo
quando as medidas eram de competência exclusiva da esfera federal. As medidas estaduais
e municipais que dispõem sobre restrição de locomoção e acesso às divisas causaram discus-
sões quanto a legitimidade, especialmente após a edição da Medida Provisória 926/2020, a
qual estipula que qualquer restrição excepcional e temporária de locomoção interestadual e
Por Andrezza Gallas,
Raquel Araujo e Thalys Freire
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intermunicipal deve ser embasada em fundamentação técnica da Anvisa. No entanto, a MP
foi rapidamente respondida pelo STF, que autorizou prefeitos e governadores a restringir
locomoção entre estados e municípios.
A crise do coronavírus reforça o debate sobre a revisão do pacto federativo. No
momento atual, é necessário repensar as divisões e competências das esferas, com o fim de
tentar evitar iniciativas políticas e regulatórias que se sobrepõe e se invalidam. A crise da Co-
vid-19 põe ao sol, de maneira pungente, problemas estruturais não priorizados, entre eles as
consequências de um pacto federativo que engessa as ações dos estados e municípios.
Impacto do coronavírus nas eleições 2020
A crise na saúde, gerada pela Covid-19 adianta os debates e as preocupações com
as eleições municipais. No dia 22 de março, um domingo, o ministro da Saúde, Luiz Henri-
que Mandetta, recomendou o adiamento das eleições deste ano, justificando que este é um
momento delicado, onde todos os poderes devem focar seus esforços em resolver a crise,
sem interferência de ações políticas. Se opondo ao ministro, o presidente da Câmara de De-
putados, Rodrigo Maia, e a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Rosa Weber,
foram contra a sugestão e ressaltaram que este não seria o momento para se cogitar adiar as
eleições, visto sua previsão constitucional.
A ideia de postergar as eleições de outubro já circulava nos bastidores do Congres-
so. Por isso, antes mesmo da fala de Mandetta, propostas de emenda à Constituição (PECs)
para alteração da data já estavam sendo elaboradas por um grupo de parlamentares. O gran-
de entrave encontra-se justamente na própria Constituição, primeiro no artigo 29, que esta-
belece a data para realização das eleições (primeiro domingo de outubro) e no artigo 16, que
determina que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publica-
ção, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Apesar de parte dos líderes partidários concordarem que ainda não é o momento
de discutir o adiamento das eleições municipais, o coronavírus já fez seu primeiro impacto
nas eleições. Isso porque, alguns Tribunais Regionais Eleitorais suspenderam o expediente
presencial em todos os cartórios eleitorais, assim como postos e centrais de atendimento ao
eleitor. O impacto no calendário eleitoral é certo, tendo em vista que práticas características
de anos eleitorais serão afetadas, como o cadastro biométrico, atualização de dados e trans-
ferência de títulos. Além disso, afeta diretamente os debates, as convenções, encontros parti-
dários e demais ações convencionais de um ano eleitoral, que exige, justamente, proximidade
entre candidato e eleitor.
Agora é necessária uma atuação por parte das autoridades, tanto pelo STF, com o
adiamento de determinados procedimentos eleitorais, quanto pelo Congresso Nacional, na
atuação em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para proposição de uma emenda
constitucional que vise uma regra temporária apenas para esse pleito. Se faz necessária a
atuação das busque agora, de modo a poder tranquilizar a sociedade quanto a proteção da
recente democracia brasileira.
O impacto na economia e na própria atividade de Relações Governamentais
Com a pandemia, os setores produtivos precisam repensar suas estratégias diante da
crise. Empurrando-os a revisar rotinas e atividades, seja em função de um cenário regulatório
que se produz diariamente ou pelo impacto direto destas regulações em suas operações. Obvia-
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mente, há alguns setores mais impactados do que outros — o setor hoteleiro, o de lazer e os de
consultorias — mas os efeitos são em cascata — assim como em todas as crises. Se a projeção de
crescimento do PIB pela equipe econômica era de 2,4%, hoje os mais otimistas o veem em 0,02%.
Há mais de uma década, a crise financeira global enfrentada em 2008 fez com que
os governos tivessem que assumir uma postura mais ativa para evitar que muitas empresas
falissem — como o caso da montadora General Motors e Crysler, do banco Bearn Stearns e da
seguradora AIG, por exemplo, agraciados com o pacote econômico de Bush que chegou na or-
dem de R$2.6 trilhões. Obrigou também muitas empresas a se reinventarem. A mobilidade dos
investimentos aumentou ainda mais e não por acaso vimos booms de empresas de tecnologia
e do e-commerce. O cenário de recessão esperado para se enfrentar no pós Covid-19, também
terá de contar com o apoio dos governos para auxiliar diversos setores. A grande diferença
da atual crise, como bem apontou o CEO da consultoria deVere Group, Nigel Green, é que,
apesar de profunda, ela não tende a ser longa. Isso porque seus fundamentos não são estru-
turais e de falhas mercadológicas, mas causados pelo isolamento geral necessário para con-
tenção do vírus e as consequências decorrentes na oferta e demanda de produtos e serviços.
Assim como em toda crise, há aqueles que detém maior fôlego financeiro e geren-
cial para seguir adiante. E nesta jornada, sempre observamos a reinvenção — de estratégia,
processos e atividade. A área de Relações Governamentais não se exime. Durante a crise que
estamos enfrentando, já vimos inovações. A criação de grupos de WhatsApp segmentados
por estados foi um exemplo. Com profissionais de diversos setores, sua criação conferiu aces-
so mais rápido à tempestade de regulações municipais e estaduais, bem como espaço para
aglutinação de interesses e desenho de parcerias. Também observamos o aumento de oferta
de serviços gratuitos de monitoramento regulatório relacionado à Covid-19 — que, se por um
lado democratizam acesso, também agravam os desafios da crise no que concerne à consulto-
rias especializadas em monitoramentos regulatórios. Os desafios são muitos.
Como garantir o agendamento nos poderes públicos de interações virtuais median-
te a tanta demanda? Como processar o tsunami de dados que estão sendo produzidos? Como
dar voz ao impacto regulatório no pequeno representante do setor, sendo que o grande de-
tém maior protagonismo na sua associação setorial neste momento? Como centralizar esses
esforços mediante a tantos grupos de crise? O setor é levado, em todos os seus ramos (em-
presas, consultorias, associações, assessorias parlamentares e executivas), a se reinventar. E,
como em toda crise, a buscar também por novas oportunidades: a tecnologia neste sentido,
que já nos ajudava, está se tornando uma aliada essencial. Que saibamos fazer bom uso, ga-
rantindo maior agilidade no processamento dos dados e, por conseguinte, foco no que nós,
profissionais de Relgov fazemos melhor – análises.
Referências:
[1] Site do Ministério da Saúde criado especificamente para divulgar o balanço oficial
da doença em todo o país. https://covid.saude.gov.br/ Dados do dia 03/04/2020, às 16h50
[2] Pronunciamento do Presidente da República de 24 de março de 2020.
Andrezza Gallas, Raquel Araujo e Thalys Freire são membros da equipe de Relações Institucionais
e Governamentais do escritório Di Blasi Parente & Associados. As opiniões aqui expressas não são as
opiniões do escritório Di Blasi Parente & Associados, retratando a opinião pessoal das autoras.
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Serviços públicos migram diariamente do ambiente físico para o digital. Dessa for-
ma, o Estado brasileiro tem investido e estimulado o desenvolvimento de aplicações e inicia-
tivas que ampliem as ações e políticas públicas de Governo Eletrônico e, por consequência, a
digitalização de todos os setores da economia. Assim, o Brasil tem acompanhado o processo
mundial de transformação digital, fazendo uso de boas práticas, combinando modelos de
sucesso e beneficiando a população, que passa a contar com um Estado mais moderno, aces-
sível e presente.
Esta transformação é um caminho sem volta, além de urgente e necessária, pois
garante eficiência, controle da gestão pública e ampliação da inclusão digital da população.
Contudo, o processo de migração enseja grandes desafios, como a manutenção da segurança
dos dados dos cidadãos custodiados pelo Estado e a desburocratização efetiva dos processos.
Por Egon Schaden Júnior*
Governo Digital:
inclusão e segurança
para o Brasil
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Artigo
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Artigo
A digitalização do governo brasileiro vem ganhando celeridade nos últimos três
anos. Destaco, por exemplo, o “Conselho Nacional para a Desburocratização – Brasil Eficiente”
do Governo Federal. Criado em 2017, o Conselho apostou na riqueza da multidisciplinari-
dade, incluindo nos debates, além dos técnicos do Governo, a sociedade civil organizada.
Como resultado, tivemos diversas contribuições para iniciativas de modernização e desbu-
rocratização que ganharam vida própria em projetos do governo e espaço em proposições
que tramitam no Congresso Nacional e que avaliam aperfeiçoamentos e novos marcos regu-
latórios. Desse esforço coletivo, nasceram também recomendações para nortear as ações
digitais já em curso em diferentes órgãos públicos, dentre as quais um dos pilares eleitos
pelo colegiado como ferramenta de desburocratização e segurança cibernética: o Certifica-
do Digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
A ICP-Brasil foi idealizada em
1999 com a criação do “e-CPF” e do “e-C-
NPJ” pela Receita Federal do Brasil (RFB)
e é, desde 2001, uma parceria público pri-
vada que entrega a mais segura identidade
digital para o brasileiro – hoje já são quase
10 milhões de certificados digitais ativos. O
certificado digital ainda não é uma tecno-
logia integralmente disseminada, dado seu
emprego majoritário em sistemas sensíveis
e sigilosos. Porém, com ele todo cidadão
ou empresa pode provar sua identidade
em sistemas eletrônicos, além de acessar e
assinar remotamente documentos digitais
com autenticidade, integridade e valida-
de jurídica com emprego de criptografia avançada. Um dos grandes sucessos da
economia digital brasileira foi a implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
Já foram emitidas mais de 22 bilhões de notas em formato digital, que têm sua validade ga-
rantida pela assinatura com certificado ICP-Brasil, possibilitando a redução da sonegação de
impostos, maior controle fiscal e incentivando a economia verde, com a redução no uso de
papel e tinta.
A Estônia como exemplo
Quando falamos em Governo Digital, costumamos apresentar o exemplo da Estô-
nia, o pequeno e frio país do leste europeu que é reconhecido mundialmente em razão do
sucesso de suas políticas públicas de economia e governo digitais. O Brasil, ao acelerar suas
políticas nesta direção, ganhou velocidade, avançando ao encontro de empreendimentos
bem-sucedidos como o estoniano. Um exemplo atual é o canal digital unificado de prestação
de serviços para população, o GOV.BR. Já são 3.492 serviços disponíveis no portal (dados re-
ferentes a março de 2020), em pouco mais de um ano, representando a digitalização de 55%
dos serviços do Governo Federal. O canal utiliza o CPF como número universal de identifica-
ção, padronizando o acesso para todos os brasileiros.
Por ser uma política de Estado, as iniciativas digitais nascem a todo tempo nas di-
versas esferas do Governo. O Ministério da Economia tem liderado esse incentivo à digitali-
zação do Brasil, lançando novos sistemas para o cidadão brasileiro e levando a digitalização
Por ser uma política de
Estado, as iniciativas digitais
nascem a todo tempo nas diversas
esferas do Governo. O Ministério
da Economia tem liderado esse
incentivo à digitalização do Brasil,
lançando novos sistemas para
o cidadão brasileiro e levando a
digitalização para outros órgãos
da administração pública
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Egon Schaden Júnior é presidente-executivo da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD) e repre-
sentante da indústria de certificação digital no Comitê-Gestor da ICP-Brasil do Governo Federal. Administrador
de empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em relações institucionais e
governamentais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é diretor administrativo do IRELGOV Gestão 2018-2020.
para outros órgãos da administração pública. O Congresso também trabalha para normatizar
e possibilitar a expansão do atendimento eletrônico: o Projeto de Lei nº 3.443 de 2019, que
“dispõe sobre a prestação digital dos serviços públicos na administração pública” – apelidado
de “Governo Digital”, é um exemplo de medida em debate. Além disso, o Brasil possui forne-
cedores nacionais e multinacionais que auxiliam há anos o país nesta transformação.
O governo brasileiro também tem
acertado ao aliar novas aplicações ao refor-
ço do arcabouço de segurança digital do
País. Na economia digital, por exemplo, um
importante ativo é a segurança dos dados.
Todos acompanham a urgente e necessária
implementação da Lei Geral de Proteção de
Dados (LGPD). Tão importante quanto, é a
Estratégia Nacional da Segurança Cibernéti-
ca (E-Ciber), orientação do Governo Federal à
sociedade brasileira sobre as principais ações
nacionais e internacionais do país na área da
segurança cibernética. O documento tem validade para o quadriênio 2020-2023 e foi publica-
do em fevereiro de 2020, por meio do Decreto nº 10.222/20.
Longe dos balcões
As ações de digitalização aqui listadas já estão consolidadas, com requisitos de
segurança sólidos, e servem de exemplo neste momento de grande expansão digital em
todo o país. São ações transversais que facilitam a vida do cidadão e não apenas levam a
burocracia do mundo físico para o digital. Tais iniciativas eliminam a necessidade de compa-
recimento aos balcões de atendimento, possibilitam o uso de documentos digitais, ampliam
o horário de atendimento (pela internet os sistemas podem ser acessados 24h por dia e
nos finais de semana), encurtam distâncias, facilitam a retificação de informações e tornam
mais transparente o acompanhamento da tramitação de processos - tudo na palma da mão
através de um smartphone.
Além de economia, praticidade e segurança, as ações de Governo Digital têm possi-
bilitado outro benefício muito importante para toda gestão, seja ela privada ou pública. Pela
primeira vez temos serviços que já nascem digitais, com a possibilidade de avaliação por parte
dos usuários, permitindo a criação de diferentes indicadores de desempenho – fundamentais
para avaliação de toda política pública. Com os dados obtidos é possível melhorar o geren-
ciamento das aplicações e dar mais celeridade para o governo responder às necessidades
da população. De tal forma, as plataformas digitais, quando bem implementadas, garantem
não apenas ganhos econômicos, mas também a oferta eficiente de serviços e a melhoria do
ambiente administrativo.
Pela primeira vez temos
serviços que já nascem digitais,
com a possibilidade de avaliação
por parte dos usuários e
permitindo a criação de diferentes
indicadores de desempenho
fundamentais para avaliação
de toda política pública.
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