O setor financeiro é um dos mais beneficiados pelo crescimento observado pelas inovações digitais dos últimos anos. Esse foi o tema abordado por Jorge Lima, sócio e superintendente de Relações Governamentais e Institucionais no Itaú Unibanco e novo presidente do IRELGOV, no Relgov Talk “Relgov, fintech e regulação financeira”.
Segundo Lima, o mundo da nova economia traz vantagens, mas também desafios. Empresas que não existiam há poucos anos exigem novas estratégias e arcabouços regulatórios. “Até recentemente tínhamos somente duas empresas unicórnio, startups com valor superior a US$ 1 bilhão. Hoje temos 34 e o número vai crescer. Importante é saber como escalar esses negócios dentro da realidade da América Latina”.
O presidente do IRELGOV lembrou que as primeiras regras criadas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o setor são de 2018, mas antes já haviam fintechs operando em áreas como meios de pagamentos, câmbio, seguros e crédito. “O segmento vem crescendo exponencialmente. Exatamente por isso é preciso ir além, aperfeiçoar as regras. O futuro depende do conhecimento do regulador. Por isso é importante incrementar o nível de conhecimento sobre o tema”.
Para ele, a transformação digital traz desafios para o próprio crescimento e o papel do regulador é se atualizar. O cenário oferece muitas oportunidades para os profissionais de relgov na apresentação às autoridades públicas das diferentes formas de regulamentação.
“O Banco Central é um regulador extremamente qualificado, que tem se empenhado para entender o ecossistema. Criou, por exemplo, mecanismos como o open bank para conseguir oferecer produtos melhores e mais acessíveis. Na área de criptomoedas o Brasil está entre os cinco maiores mercados – e ainda não há regulação. O poder público precisa que a sociedade forneça inputs e cabe a nós, de relações governamentais, cumprir esse papel”.