O café da manhã realizado pelo IRELGOV no dia 21 de maio, teve como convidado o Sócio Sênior da Barral M Jorge Consultores Associados e ex-Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o jornalista Miguel Jorge.
O Ministro iniciou a conversa comentando sobre o início de sua carreira como jornalista, suas atividades no Estadão e sobre a importância de construir relacionamentos e boas redes de contato ao longo da vida profissional. Reforçou que sempre acompanhou constantemente os movimentos da política e da economia, conversou com empresários e políticos e visitou empresas e fábricas para entender o ponto de vista do empresário. Para ele, somente dessa forma foi possível desenhar cenários e estratégias factíveis.
“Depois de 21 anos no Estadão, fui convidado a ser Diretor de Comunicações da Autolatina para a região da América Latina. Ninguém acreditou que eu aceitaria o convite, até porque eu estava muito feliz como Editor Chefe do jornal”, comenta Miguel.
Na Autolatina, conheceu realmente o que era ter uma estrutura de Relações Governamentais quando foi conhecer o escritório da Ford em Washington: “Lá, havia um especialista de negociação para cada área técnica do governo”. Depois dessa experiência, tentou reproduzir no Brasil, de forma mais enxuta, a estrutura que conheceu na Ford. Teve a oportunidade de participar da construção de inúmeros projetos de lei, como o do Código de Defesa do Consumidor, das normas de segurança em estradas trazendo a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, freios ABS, além de aprender a lidar com o sindicato dos metalúrgicos e, ao mesmo tempo, abrir a fábrica para a imprensa e representantes do governo.
“Nas negociações com o Sindicato, aprendi a ser flexível, ter uma cabeça mais aberta e, o mais importante, a criar uma relação de confiança com o meu interlocutor, lidando com ele de forma transparente”.
Para Miguel, “o trabalho do profissional de relações governamentais começou no Brasil em 1985, com o fim da ditadura militar, quando a sociedade e as empresas perceberam que era preciso defender seus interesses de forma legítima no país, sempre dentro de princípios legais e éticos. Em todo lugar do mundo, essa atividade precisa acontecer”. E exemplifica: “Aprendi a conhecer as pessoas e suas histórias, inclusive ter em mente suas datas de aniversário. Aprendi quais eram os processos de trabalho dos Ministérios e suas estruturas, além do funcionamento do Congresso e de todos os órgãos governamentais. Passei a manter contato com todos, pois é preciso estar presente, mesmo quando não há nenhum assunto a tratar. Visitava funcionários do governo de todos os escalões, inclusive e, principalmente, quando tinham saído de suas posições”.
Em 2001, foi para o Banco Santander, ajudar a fazer a integração com o Banespa e, em 2007, foi convidado pelo então Presidente Lula a ser Ministro do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio Exterior. Em 4 anos de governo, visitou 70 países, fez 12 missões comerciais com mais de 100 empresários brasileiros e dobrou os resultados do país em comércio exterior.
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