DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
Novidades do IRELGOV
· Os profissionais mais admirados
· Eventos em SP, BSB e Rio
· Voluntários do IRELGOV
A revista digital do Instituto de Relações Governamentais (IRELGOV)
Ano 6 – Edição 3 – Dezembro de 2019
GUIA DE MELHORES
PRÁTICAS DA ATIVIDADE DE
RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS
Publicação apresenta as diretrizes
básicas para atuação dos profissionais
Capacitação
Relações governamentais
na China
Inovação
Tecnologia em relações
governamentais
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
Editorial
EXPEDIENTE #03
ANO 6 - DEZEMBRO DE 2019
DIÁLOGOS IRELGOV é uma
publicação do Instituto de Relações
Governamentais (IRELGOV)
Rua Gomes de Carvalho, 1356
2º andar, E.58
Vila Olímpia – São Paulo – SP
CEP: 04547-005 | Fone:
+55 11 3995-5210
E-mail: irelgov@irelgov.com.br
Conselho Deliberativo:
Bruno Perman
Suelma Rosa
Erik Camarano
Fernanda Burle
Gabriel Di Blasi
Kelly Aguilar
Larissa Wachholz
Manoel Fernandes
Conselho Fiscal
Mariana Guimarães
Adriana Benatti (Suplente)
Anna Paula Losi (Suplente)
Wanderley Moreno (Suplente)
Comitê editorial
Larissa Wachholz (Coordenadora)
Adriana Benatti
Andrea Gozetto
Bruno Perman
Catarina Correa
Eduardo Galvão
Fabiano Rangel
Fábio Okubaru
Kelly Aguilar
Mariana G. B. Braga
Michel Neil
Raquel Fernandes Batista Araujo
Rodrigo Navarro
Jornalista responsável:
Fábio Okubaru (MTB 4120/16/160)
O ano de 2019 vai terminando e o sentimento é de dever cumprindo.
Tivemos uma agenda intensa! Foram muitas conquistas e realizações,
entre elas, as duas Missões Internacionais de Estudos, a primeira para
Washington DC, em parceria com a Amcham, e segunda para China.
Realizamos o 1º Congresso de Relações Governamentais – ConRelGov,
onde reunimos os principais profissionais e especialistas que atuam
na área, além de diversas autoridades. O IRELGOV foi co-realizador da
primeira edição do Anuário ORIGEM, que conta com as informações e
contatos de 472 profissionais dos mais renomados no país. O Guia de
Melhores Práticas da Atividade de Relações Governamentais, projeto
ousadíssimo, apresenta orientações e base legal para o desempenho da
atividade. Publicamos três edições da Revista Diálogos e realizamos 28
eventos e palestras durante o ano.
Foi um ano de desafios, aprendemos a fazer mais com menos, envolvemos
neste projeto todos os que fazem o IRELGOV, nos apoiamos na crença
dessas pessoas, pois todos acreditamos que podemos fazer um ambiente
mais justo e transparente. Nossa atividade pode funcionar como um
grande indutor de desenvolvimento e bem-estar. Somos o fio condutor
do diálogo entre a sociedade e o poder público. Isso nos dá muitas
oportunidades de contribuir com essa evolução.
Para 2020 temos novos planos. Pretendemos tornar alguns projetos
perenes e incentivar o desenvolvimento de outros. Podemos citar a
realização da Missão Nacional de Estudos, que seguirá a mesma lógica das
demais Missões Internacionais, mas dessa vez em Brasília. Servirá para
pessoas com interesse especial no Congresso Nacional e no Executivo
Federal. Teremos aulas com professores renomados, visitas a órgãos
governamentais, além das visitas às representações empresariais e
consultorias em Relações Governamentais. Também pretendemos dar
uma atenção especial ao jovem profissional e ao acadêmico que pretende
ingressar na atividade. Vamos laçar um projeto de mentoria e bolsas de
estudos voltado a facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho.
E para encerrar, agradeço especialmente os nossos associados! Sem vocês
não conseguiríamos entregar tantas realizações. Agradeço também a
diretoria, o conselho e aos nossos colaboradores. Desejo Boas Festas a
todos e que o próximo ano seja repleto de conquistas e realizações.
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Bruno Perman
Presidente do IRELGOV
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Dezembro de 2019
Nessa edição
28
Rel Gov ganha
importância estratégica
MERCADO
10
Anuário ORIGEM 2019
EVENTOS
14
RADAR
Voluntários do IRELGOV
SUMÁRIO
04
CAPACITÃO
Relações governamentais
na China
Editorial 02
Artigo: A nova hora do agro brasileiro na China
33
Artigo: Lobby desvendado: pontos em que a
prática desafia a teoria
37
Desvendando as relações governamentais
na China
04
Voluntários para valorização das
relações governamentais
14
Seja sócio do IRELGOV 15
Profissionais mais admirados 10
Missão China: antes, durante e depois 08
Guia de Melhores Práticas 11
Eventos 08
Inovação digital transforma as relações
governamentais
24
Área de Rel Gov ganha importância
estratégica
28
Artigo: Profissionais de relações governamentais:
campeões dos Programas de Compliance
31
Radar
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Desvendando as relações
governamentais na segunda
maior economia do mundo
Quarta missão internacional do IRELGOV teve como destino a China; agenda combinou
encontros em ministérios, visitas a empresas e aulas em universidades
As missões internacionais promovidas
pelo IRELGOV combinam encontros e interações
com diferentes stakeholders da prática de
relações governamentais com o objetivo de
colher o máximo de informação e de ter contato
com perspectivas diversas do relacionamento do
poder público com a iniciativa privada. As diversas
interações proporcionam ouvir o testemunho de
quem está no dia a dia dos negócios. Entre os
dias 16 e 25 de outubro, foi realizada a quarta
viagem de estudos, que teve como destino a
China, a segunda maior potência econômica do
mundo e principal parceiro comercial do Brasil.
“Pequim é a terceira capital internacional
das relações governamentais. Governos,
empresas e associações ao redor do mundo têm
interesses a serem defendidos junto ao governo
chinês”, comenta Larissa Wachholz, conselheira
do IRELGOV e coordenadora da missão à China.
Segundo Larissa, com a intensificação das
relações de comércio e investimentos entre
o Brasil e a China, os profissionais de relações
governamentais podem ser instrumentais
para o país melhor coordenar seus esforços de
interlocução com as instituições do governo
chinês. “Queríamos entender melhor como
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Radar
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Fechamos os estudos
com a visão do setor produtivo
sobre como funcionam suas
interações com o governo. As
múltiplas faces de Relações
Governamentais estavam claras
Lucien Belmonte,
superintendente da Abividro
A heterogeneidade encontrada
entre os profissionais dentro do
grupo do IRELGOV nos proporcionou
mais do que uma simples imersão
no entendimento das práticas
corporativas na China. A cada
aula, visita ou reunião era possível
‘observar a China’ sob os de diferentes
olhares dos setores da economia ali
representados, cada um com sua
complexidade e particularidades
Paulo Campante,
superintendente da Abrasem
A agenda proposta pelo
IRELGOV foi uma oportunidade ímpar
para uma melhor compreensão
de aspectos como formulação de
políticas públicas e interlocução
público-privada na China.
Encontramos um ambiente de
rel gov desafiador e complexo,
porém dinâmico e em rota de
aprimoramento e profissionalização
Larissa Wachholz,
conselheira do IRELGOV e coordenadora da
missão à China
funciona o mercado chinês porque é uma das
nossas prioridades para os produtos do agro
brasileiro”, relata Camila Sande, coordenadora
de Relações Internacionais da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Em inédita parceria com a Associação
de Amizade do Povo Chinês para com os Países
Estrangeiros, entidade de nível ministerial,
o grupo esteve com alguns dos principais
ministérios chineses: Comissão Nacional de
Reforma e Desenvolvimento, Ministério da
Ecologia e do Meio Ambiente, Ministério da
Agricultura e dos Assuntos Rurais e com a Escola
Central do Partido Comunista Chinês, principal
centro de formação e capacitação de quadros
para as instituições de governo da China. “Como
think tank conseguimos fazer visitas que outras
entidades não têm acesso”, analisa Kelly Aguilar,
conselheira do IRELGOV.
As visitas aos órgãos de governo foram
riquíssimas. Encontramos pessoas que faziam
inveja até mesmo a diplomatas há muito tempo
estabelecidos na China. Conseguimos entender
um pouco melhor o governo”, afirma Lucien
Belmonte, superintendente da Associação
Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro).
“O Estado se vê como um facilitador, estando
sempre atento ao que as empresas precisam
para se desenvolver e competir com o mundo”,
destaca Bruno Perman, presidente do IRELGOV.
Os dez dias de atividades também
incluíram visitas a empresas chinesas,
multinacionais e aulas na Academia de Ciências
Sociais de Xangai e na Universidade de
Pequim. No final da missão, o grupo se juntou
à delegação empresarial que acompanhou a
visita de Estado do Presidente Jair Bolsonaro
à China.
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Radar
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“Com uma agenda cuidadosamente
trabalhada pelo Instituto, a programação
combinava aulas teóricas, reuniões com órgãos
governamentais chineses e visitas a empresas
privadas. Posso dizer que, com toda certeza, a
experiência superou as expectativas”, elogia
Paulo Campante, superintendente da Associação
Brasileira de sementes e mudas (Abrasem).
Esta foi a quarta missão internacional do
IRELGOV. Foram realizadas viagens a Bruxelas,
capital política da União Europeia, em 2017, e
duas viagens a Washington DC, realizadas em
parceria com a Amcham Brasil, em 2018 e maio
deste ano. As quatro missões internacionais do
IRELGOV reuniram mais de 70 participantes,
que tiveram a oportunidade de vivenciar
experiências muito interessantes e únicas, que
certamente serviram para aprimorar sua prática
profissional de relações governamentais no
Brasil.
O IRELGOV lançou o e-book com os
testemunhos de alguns dos participantes de
nossa mais recente imersão internacional, a
Missão Internacional de Estudos à China. Para
acessar a publicação, CLIQUE AQUI
A China é um país em transformação. A economia
continua crescendo com índices muito acima
da média mundial e o país se torna um dos
principais polos de inovação tecnológica. Nos
últimos 40 anos, o país conseguiu tirar 300
milhões de pessoas da pobreza e colocá-las
na classe média. Novos hábitos de consumo
impulsionam o mercado interno, o maior do
planeta, mas aspectos culturais tradicionais se
mantêm. Compreender esse contraste entre o
desenvolvimento tecnológico e econômico
A China vista de dentro
com a cultura milenar é um desafio para quem
quer fazer negócios com esse gigante asiático.
“Estive na China há 15 anos e a transformação é
impressionante”, relata Gustavo Morais, sócio do
escritório Dannemann Siemsen.
A missão organizada pelo IRELGOV trouxe uma
oportunidade única para grupo: tivemos a chance
de compreender a China a partir do olhar de
chineses preparados e dedicados a informar ao
resto do mundo o racional e os fundamentos de
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Radar
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questões estruturais desta nação e também de
outros dedicados à operação o sistema político
chinês”, comenta Patricia Nakahara, da Mundie
Advogados.
“Enquanto a serenidade, o olhar contemplativo,
os rituais e a busca de equilíbrio são traços
descendentes de Lao, a disciplina, a hierarquia, a
meritocracia e o raciocínio pragmático são fortes
características do confucionismo. Planejamento
é a ordem e todo projeto tem início, meio e fim”,
analisa Kelly Aguilar, conselheira do IRELGOV.
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Eventos
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Missão China: antes,
durante e depois
A Missão Internacional de Estudos
à China foi realizada entre os dias 16 e 25
de outubro, mas o IRELGOV promoveu uma
série de eventos de preparação e outros para
avaliação dos resultados e compartilhamento
de conhecimentos adquiridos na viagem. No
dia 1° de agosto, em São Paulo, foi oferecido
almoço-debate, no restaurante Coco Bambu,
com palestras de Marcos Jank, professor sênior
de agronegócio global do INSPER, que trabalhou
durante quatro anos em países da Ásia, e Suelma
Rosa, vice-presidente do IRELGOV.
Na semana seguinte, no dia 6 de agosto,
as negociações com a China foram discutidas em
outro almoço-debate, desta vez, no restaurante
Coco Bambu de Brasília. Participaram Renato
Baumann, subsecretário de investimentos
estrangeiros da Secretaria Executiva da CAMEX,
do Ministério da Economia, Augusto Castro,
diplomata de carreira com longa experiência
em comércio, temas macroeconômicos, atração
de investimentos e inteligência comercial e que
trabalhou por mais de 3 anos na embaixada
do Brasil em Pequim, e Larissa Wachholz,
conselheira do IRELGOV e coordenadora da
Missão à China.
No dia 12 de agosto, a dinâmica de
negócios na China foi tema de debate em
almoço no restaurante Xian, no Rio de Janeiro.
Participaram Evandro de Carvalho, professor e
coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China
da FGV Direito Rio, Christian Perlingiere, diretor
regional do escritório da S-RM Consultoria,
trabalhando com China desde 2003, Gabriel Di
Blasi, conselheiro do IRELGOV, e Raquel Araujo,
diretora de comunicação do IRELGOV.
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Eventos
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Após o retorno dos participantes da missão
ao Brasil, eles compartilharam suas experiências
em eventos no Rio, Brasília e São Paulo. No dia
21 de novembro, na sede da Associação Brasileira
das Indústrias de Vidro (Abividro), em São Paulo,
Gustavo Morais, sócio do escritório Dannemann
Siemsen e Kelly Aguilar, conselheira do IRELGOV,
falaram das suas impressões sobre a viagem. Bruno
Perman, presidente do IRELGOV, Raquel Araújo,
diretora de comunicação do IRELGOV, e Lucien
Belmonte, superintendente da Abividro, também
compartilharam seus aprendizados adquiridos na
missão.
Em Brasília, o evento ocorreu no dia 26 de
novembro, na sede da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA). Bruno Perman, presidente
do IRELGOV, Camila Sande, coordenadora de
Relações Internacionais da CNA, e Larissa Wachholz,
conselheira do IRELGOV e coordenadora da missão,
fizeram um balanço e falaram de suas experiências.
O evento do Rio de Janeiro foi realizado
no dia 28 de novembro, na Di Blasi, Parente &
Advogados Associados. Raquel Araujo, diretora
de comunicação do IRELGOV, Janaína Camara da
Silveira, jornalista e mestre em Economia, que
trabalha no escritório brasileiro da agência de
notícias estatal chinesa Xinhua, e Manoel Fernandes,
conselheiro do IRELGOV e CEO da Bites Consultoria,
foram os debatedores. Gabriel Di Blasi, conselheiro
do IRELGOV, fez a abertura.
A cobertura da viagem foi realizada nas
redes sociais do IRELGOV (LinkedIN e Facebook).
Balanço
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Eventos
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Profissionais mais admirados
No dia 23 de agosto foi a cerimônia de
lançamento do Anuário ORIGEM 2019, no hotel
Unique, em São Paulo. O IRELGOV é co-realizador
da publicação. No evento foram anunciados
os 20 profissionais de relações institucionais e
governamentais (RIG) do mercado brasileiro.
Entre os destaques do ano, muitos conselheiros
e associados do IRELGOV: Bruno Perman, sócio
do Perman Advogados e presidente do IRELGOV;
Eduardo Ricardo, sócio-diretor da Patri Políticas
Públicas; Erik Camarano, diretor sênior da América
Latina da BioMarin e conselheiro do IRELGOV; Fábio
Rua, diretor da IBM América Latina; Helga Franco,
gerente executiva da Nestlé; Kelly Aguilar, diretora
da MSD Brasil e conselheira do IRELGOV; Rodrigo
Navarro, presidente-executivo da ABRAMAT; e
Suelma Rosa dos Santos, diretora da DOW e vice-
presidente do IRELGOV.
A publicação foi idealizada pela Consult-
Master, LEC e VITTORE Partners. Além do
IRELGOV, o anuário também em correalização da
ABRIG e patrocínio da Patri, Celuppi Advocacia,
DiBlasi&Parente, ABIA, ABRAINC, Distrito Relações
Governamentais, M. J. Alves e Burle Advocacy,
Prospectiva e Reed Alcântara Exhibitions. A
cobertura do evento, com depoimentos em vídeos,
foi feita no LinkedIN e Facebook do IRELGOV.
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Eventos
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Guia de Melhores Práticas
Acordo Mercosul e UE
Para apresentação do Guia de Melhores
Práticas da Atividade de Relações Governamentais,
lançado no dia 30 de setembro, o IRELGOV realizou
eventos em São Paulo e Brasília. Em São Paulo, no mesmo
dia do lançamento, Benny Spiewak, coordenador
das atividades de Compliance no Setor de Saúde da
L.E.C. – Legal, Ethics & Compliance, fez uma palestra
sobre sobre compliance e relações governamentais.
Erik Camarano, um dos coordenadores do Guia, fez
a abertura do evento e Kelly Aguilar, conselheira do
IRELGOV, contou o histórico da criação da publicação.
No dia 1° de outubro, Eduardo Galvão,
executivo e professor de Relações Institucionais e de
Políticas Públicas no Ibmec e no UniCEUB e fundador do
Pensar RelGov, falou sobre lobby no evento no IBMEC
de Brasília. A abertura do evento foi feita por Bruno
Perman, presidente do IRELGOV, e eve participação de
Fernanda Burle e Erik Camarano, coordenadores do
Guia de Melhores Práticas.
A coordenação dos trabalhos para a produção
do Guia de Melhores Práticas da Atividade de Relações
Governamentais foi de Kelly Aguilar, Fernanda Burle,
Erik Camarano e Valeria Café. A publicação teve
contribuição de Alessandra Gualberto, Andréa Gozetto,
Bruno Perman, presidente do IRELGOV
fez a abertura do debate sobre acordo do Mercosul
com a União Europeia no contexto das relações
governamentais, realizado no dia 26 de agosto na
sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
em Brasília. O evento teve participação de Guilherme
Athia, CEO da Atlântico Europe, e Fabrizio Sardelli
Panzini, gerente de negociações internacionais
da CNI. A abertura do evento será feita por Carlos
Eduardo Abijaodi, diretor de desenvolvimento
industrial da CNI.
Bárbara Teles, Cinthia Battilani, Edgard Usuy, Eriça
Tomimaru, Fabiana Parajara, Fábio Rua, Juliana Celuppi,
Michel Neil, Shirley Emerick e Vander Giordano.
Link para download do Guia: CLIQUE AQUI
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Eventos
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Workshop RI UCB
Câmara Espanhola
Bruno Perman, presidente do
IRELGOV, e Fernanda Burle, conselheira do
IRELGOV, foram alguns dos palestrantes
do 6º Workshop RI UCB, que aconteceu no
dia 7 de outubro, na Universidade Católica
de Brasília. O tema do evento deste ano
foi Relações Governamentais no Brasil:
Desafios profissionais diante de um
ambiente de reformas. O workshop teve
apoio do IRELGOV.
CGU
Bruno Perman, presidente do IRELGOV,
e Raquel Araujo, diretora de comunicação do
IRELGOV, estiveram no dia 11 de setembro com
o ministro da Controladoria-Geral da União
(CGU), Wagner Rosário. Na reunião foi feito o
convite para o ministro participar da Missão
Internacional de Estudos à China, que aconteceu
entre os dias 16 e 25 de outubro, e entregaram
o Anuário ORIGEM 2019. O IRELGOV também
convidou o ministro da CGU a apoiar o Guia
de Melhores Práticas para o Profissional de
Relações Governamentais.
Gabriel Di Blasi, conselheiro do IRELGOV,
foi um dos debatedores sobre o tema “Como
falar com o governo” em evento realizado no
dia 25 de setembro na Câmara Oficial Espanhola
de Comércio no Brasil, em São Paulo. O debate
teve a participação de Valeria Café, diretora de
Vocalização e Influência do IBGC e associada
do IRELGOV; Andrea Gozetto, coordenadora
do MBA em Relações Governamentais da FGV
e associado do IRELGOV; Sergio Sgobbi, diretor
de Relações Institucionais na Brasscom; e Tuca
Figueira, diretora de Advocacy e Comunicação
em Saúde da LLYC.
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Eventos
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ParceriaBrasil-China
Direções da cooperação econômica
Brasil-China foi o tema do painel moderado
por Larissa Wachholz, conselheira do
IRELGOV, no seminário “Parceria Brasil-
China: Tendências e Oportunidades”
realizado pelo CEBRI (Cento Brasileiro
de Relações Internacionais), no dia 7 de
novembro, no Museu do Amanhã, no Rio de
Janeiro.
Mão de Obra Estrangeira
Kelly Aguilar, conselheira do IRELGOV,
falou sobre relações governamentais como
estratégia empresarial e imigratória na 19ª edição
do Seminário de Mão de Obra Estrangeira, no dia 5
de novembro. O evento foi promovido pela Câmara
de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São
Paulo (AHK São Paulo).
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Associados do
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Associados do
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Voluntários para valorização
das relações governamentais
Criado em 2014, o Instituto de Relações
Governamentais (IRELGOV) é uma entidade sem fins
lucrativos mantida por contribuições anuais feita por
seus associados, profissionais e empresas. Atualmente,
o Instituto tem cerca de 170 associados, entre pessoas
físicas e pessoas jurídicas. O trabalho da diretoria
e conselheiros é feito de forma voluntária, sem
remuneração.
O Instituto não tem cunho partidário,
ideológico ou religioso e não é filiado a nenhuma
instituição.
O IRELGOV é um Think Tank que defende a
legitimidade da atuação dos profissionais de relações
governamentais em todos os âmbitos do governo,
desenvolvendo informação e trazendo conhecimento
relevante para o dia a dia do profissional de forma a
fomentar o diálogo entre os setores da economia e
compreender as tendências do mercado.
Assim como em vários países, a sociedade
brasileira tem uma percepção negativa sobre a
representação e defesa de interesses junto ao poder
público e sobre o lobby. O desafio é mudar a imagem
e valorizar os profissionais de relações governamentais
no país. Para isso, o IRELGOV estabeleceu dois pilares
de atuação: REPUTAÇÃO e EDUCAÇÃO.
REPUTAÇÃO
Valorizar a profissão de Relações
Governamentais por meio do diálogo
com os legítimos interesses da
sociedade e do governo
EDUCAÇÃO
Intercâmbio e o aprendizado de técnicas,
estratégias e fundamentos.
Parte do conselho e da diretoria do IRELGOV: Gabriel Di Blasi, conselheiro; Eriça Tominaru, diretora jurídica; Bruno Perman, presidente;
Erik Camarano, conselheiro e ex-presidente; Kelly Aguilar, conselheira e ex-presidente; Guilherme Athia, primeiro presidente do IRELGOV;
Suelma Rosa; vice-presidente; Juliana Celuppi, diretora de relações institucionais
Aviso
Associado, programe-se: Em abril de 2020 teremos nossa Assembleia Geral Ordinária para apreciação e aprovação
das contas e do balanço geral de 2019. A assembleia acontece em São Paulo, com data a ser divulgada em edital,
no mês de março.
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Associados doAssociados do
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Seja sócio do IRELGOV
O trabalho de promoção da educação e da reputação do profissional de relações
governamentais é planejado e organizado de forma voluntária por um grupo de Conselheiros,
Diretores, Apoiadores e Associados, que doam o seu tempo para programar eventos e publicações
voltados à área, que estimulem o debate sobre a profissão e mostrem a ligação intrínseca entre o
diálogo público-privado e a democracia.
Para se associar, entre em contato por telefone: (11) 3995-5210 ou por e-mail: irelgov@
irelgov.com.br. Podem se associar empresas, entidades e pessoas físicas.
Se preferir, no menu “SEJA UM ASSOCIADO/ASSOCIE-SE”, em nosso site, terá acesso aos
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Indústria Química) – São Paulo/SP
Marina Martins Rocchi Mattar -
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Cynthia Prochnow Zottarelli -
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Everton Gabriel Monezzi - Sócio Diretor
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Governamentais e Institucionais
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Propaganda e Marketing) – São Paulo/SP
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EMPRESAS
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Associados doAssociados do
16
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Ltda) – São Paulo/SP
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Jeffrey Group Brasil Ltda) – Brasília/DF
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Director/Business Development
Fernando Henrique Carneiro
Teixeirense - Diretor de Grupo
Alexandre de Souza Mota -
Executivo de Contas Sênior
Leonardo Martins de Araújo -
Diretor de Atendimento
LILLY (Eli Lilly do Brasil
Ltda) – São Paulo/SP
Diana Ferraz Braga Loos - Gerente de
Assuntos Corporativos
Orlando Silva - Diretor de Assuntos
Corporativos & Regulatório
M. J. ALVES E BURLE (Marcos
Joaquim Gonçalves Alves e Burle
Advogados e Consultores) – Brasília/DF
Fernanda de Albuquerque
Maranhão Burle - Sócia
Marcos Joaquim Gonçalves
Alves - Sócio
Leandro Modesto Coimbra - Sócio
MATCHMAKING BRAZIL
(Matchmaking Brazil Serviços
Eireli) – Brasília/DF
Bernhard J. Smid - Diretor
MATTOS FILHO ADVOGADOS
(Mattos Filho Veiga Filho Marrey
Jr e Quiroga) – Brasília/DF e SP
Mariana Guimarães Borborema Braga -
Advogada
Gustavo Vieira de Sousa - Assistente
de Serviços Jurídicos
MSD (Merck Sharp Dohme
Farmacêutica Ltda) – São Paulo/SP
Kelly Cristiane Aguilar - Especialista
Sênior de Relações Governamentais
Guilherme Pasetto Leser - Diretor de Rel.
Governamentais e Comunicação
Kleber Santos -Gerente de
Relações Institucionais
NOVO NORDISK BRASIL
(Novo Nordisk Farmacêutica do
Brasil Ltda) – São Paulo/SP
Simone W. Tcherniakovsky
- Diretora de MAPAC
Peterson Batista Cruz - Gerente de
Relações Governamentais
PATRI (Patri Políticas Públicas
Ltda) – Brasília/DF
Eduardo Carlos Ricardo - CEO
Michel Neil Trindade Francisco -
Sócio Diretor
Catarina Corrêa Vonsperling -Sócia
SANOFI -MEDLEY (Sanofi Medley
Farmacêutica Ltda) – São Paulo/SP
Mauricio Mendonça -Diretor de
Public Affairs
Patrícia Nascimento Jabbour - Gerente
de Assuntos Governamentais
André Bortoluci Vicente - Diretor de
Saúde Pública - Sanofi Pasteur
Isabela Rehem Vargas - Gerente de
Relações Governamentais
SCANIA (Scania Latim América
Ltda) – São Paulo/SP
Gustavo Rodrigo Bonini - Diretor
de Assuntos Institucionais e
Governamentais
Mauricio Adriano Niel - Analista
Governo
SIGALEI (Openlex Soluções
Tecnológicas Ltda) – São Paulo/SP
Ivan Ervolino - Diretor de Vendas
Danilo Amaral de Oliveira -
Diretor Executivo
Brina Deponte Leveguen -
Analista de Novos Negócios
Frederico Amaral de Oliveira -
Diretor de Operações
Felipe Scuracchio Maragno
Molina - Gerente de Contas
SPC BRASIL (Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas) – São Paulo/SP
André Luiz Pellizzaro - Gestor de Relações
Institucionais e Governamentais
Bianca Paula Robles - Analista de Rel.
Inst. e Governamentais
Karoline Lima dos Santos Pereira -
Analista de Rel. Inst. e Governamentais
Nayara Duarte Gonçalves - Assistente
de Rel. Inst. e Governamentais
SUZANO PAPEL E CELULOSE
(Suzano S.A) – São Paulo/SP
Pablo Machado - Diretor Executivo -
Relações e Gestão Legal
Mariana Lisboa - Gerante Executiva de
Relações Corporativas
Lys Piovezan Tardin - Analista de
Relações Corporativas
TOZZINIFREIRE ADVOGADOS
(Tozzini, Freire, Teixeira e Silva
Advogados) – São Paulo/SP
Claudio Coelho de Souza Timm - Sócio
TRENCH, ROSSI E WATANABE
ADVOGADOS (idem) – São Paulo/SP
Mauricio Caixeta Novaes - CEO
Henrique Kruger Frizzo - Sócio
Heloisa Barroso Uelze - Sócio
VALLYA (Vallya Participações
Ltda) – Brasília/DF
Larissa Wachholz -Sócia
João Pedro Boskovic Cortez - Sócio
VOLKSWAGEN DO BRASIL
(Volkswagen do Brasil Ind e Com
de Veículos Automotores Ltda)
Antônio Megale - Diretor Assuntos
Governamentais – São Bernardo/SP
Glória Merendi - Gerente de Rel.
Governamentais
WALD, ANTUNES, VITA, LONGO
E BLATTNER ADVOGADOS
(idem) – São Paulo/SP
Arnoldo Wald Filho - Sócio Fundador
Mariana Tavares Antunes -
Sócia Gestora
Samantha Mendes Longo -
Sócia Gestora
Marcus Vinicius Vita
Ferreira - Sócio Gestor
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
Associados doAssociados do
17
E 2 3 4 5 6 71
PROFISSIONAIS
ALBERTO DO AMARAL OSORIO
BUENO – Concordia
ALESSANDRA MARTINS GUALBERTO
RIBEIRO – Tauil Chequer Advogados
ALESSANDRA ROMANO GRANGEIRO –
Companhia Siderúrgica do Pecém - CSP
ALEXANDRE AMISSI GARCIA
SILVEIRA – Dow Química
ANA CAROLINA LACERDA TIMPONI – CNI
ANA MARIA DA SILVA
NASCIMENTO – Union Immigra
ANALU CORDEIRO DOS SANTOS – Cargill
ANDRÉ COELHO MENDONÇA
ELER – Bites
ANDRÉ MACEDO DE OLIVEIRA – BMA
Advogados e docente na UNB
ANDRÉA CRISTINA OLIVEIRA
GOZETTO – Docente da FGV
ANDREA FABRINO HOFFMANN FORMIGA
– Perman Advogados Associados
ANDRÉA MARIA MEIRELLES
DE MENEZES – SABS
ANDREA VERISSIMO LOPES DE
ALMEIDA – Avelã Public Affairs
ÂNGELA BATISTA DE OLIVEIRA – Abraceel
ANGELA TAVARES REHEM DE
AZEVEDO – Libertas Consultoria
ANNA PAULA DE CARVALHO LOSI
DE OLIVEIRA – BCW-Global
ANSELMO AKIRA TAKAKI – Unilever
ANTÔNIO (NEWTON GALVÃO)
CESAR JR. – Fresenius-Kabi
ARMANDO DE QUEIROZ MONTEIRO
BISNETO – Mattos Engelberg Advogados
BEATRIZ DIB NAMI – Estudante
BRUNA MONTEIRO RODRIGUES
DA COSTA – Estudante
BRUNO PERMAN FERNANDES –
Perman Advogados Associados
CAMILA PASCHOAL – Apex-Brasil
CARLOS EDUARDO CABRAL DE LIMA –
Instituto Brasileiro da Cachaça - IBRAC
TILO BRZERSKI CÂNDIDO
– ABRALATAS
CIBELE LEITE PERILLO FERREIRA – Raízen
CIBELE MARQUES SANTIAGO
DE OLIVEIRA – Alesp
CINTHIA BATTILANI GIANTOMASSI
MEDEIROS – Nike
CREOMAR LIMA CARVALHO DE SOUZA
– Universidade Católica de Brasília
DANIEL CARVALHO DE MENDONÇA
– General Eletric do Brasil - GE
DANIEL MOURAD MAJZOUB
– HMP Attorneys
DELILE GUERRA DE MACÊDO
JUNIOR – Sindipeças/Abipeças
DIEGO LUIZ GOMIDE COSTA – Agro
Relações Governamentais
DIEGO ZANCAN BONOMO – CNI
DIOGO FRIZZO DE MEDEIROS
– MHB Advogados
DIOGO WAKIZAKA – Becomex Consulting
EDGARD NOVUCHY PEREIRA USUY
– Integra Inteligência Política
EDMAR DA SILVA ARAÚJO –
Associação das Autoridades de
Registro do Brasil (AARB)
EDUARDO ARAUJO RAMOS
– Jornalista/Estudante
EDUARDO RIBEIRO GALVÃO – ABIMAQ
EDUARDO SARAIVA CALDERARI – Roche
EGON LUÍS SCHADEN JÚNIOR – M &
Queiroga - Relações Institucionais
ELIANE SILVEIRA LAPA – Alelo
EMANOEL TAVARES COSTA
JUNIOR – RUMO
ERIK SASDELLI CAMARANO –
BioMarin Brasil Farmacêutica
FABIANA CAVALHERI PARAJARA – Bites
FABIANE CUNHA LAZZARESCHI
– Atvos Agroindustrial
FABIANO BOLCATO RANGEL
– Leão Alimentos   
FÁBIO A. RIBEIRO DE LIMA RUA – IBM
FABIOLA HELENA FARIAS MATHIAS
DE TARSO – Governo do Estado
de SP - Fundo Social SP
FERNANDO BENJAMIM
BUENO – Demarest
FERNANDO CARELI DE
CARVALHO – Bimbo Brasil
FERNANDO RABELO RIBEIRO
– Fundação BRAVA
FLÁVIO CHANTRE – Braskem
FLÁVIO HENRIQUE GOMES DE
SOUZA – Laboratórios Pfizer
FLÁVIO MOURA FÉ LIMA – Faith
Relações Institucionais e Compliance
GIOVANI TRINDADE CASTANHEIRAF.
MENICUCCI – BMA Advogados
GUILHERME ARTUR GASEL MARTINS
– Câmara Municipal de Goiânia
GUILHERME ATHIA – Atlântico Europe
GUILHERME CANIELO DE
ARAÚJO – ABRALATAS
GUSTAVO JOSE MIANO
BONORA BISCASSI –
GUSTAVO MARTINELLI GAZOTTO –
HELGA PAULA FRANCO MEUSER – Nestlé
ISABELA DIAS SATURNINO
MELHADO – TOTVS
ISABELA FERNANDA MENDES – GRI Club
ISABELLA MARTINS DO
CARMO – ISA CTEEP
JACKSON SILVANO DE TONI – ABDI
JOÃO MARQUES DA FONSECA NETO –
EMDOC Serviços Especializados Ltda
JOÃO PAULO ORSINI MARTINELLI
– Florêncio Filho e Camargo
Aranha Advogados
JOSÉ FERNANDO LATORRE
FILHO – Latorre Advogados
JOSÉ GABRIEL ASSIS DE ALMEIDA
– J. G. Assis de Almeida
JUAN CARLOS THOMPSON – ILAR
- Associação Latino-americana de
Medicamentos isentos de Prescrição
JULIANA AIROSA VILLANO – BASF
JULIANA GIRARDELLI VILELA – Vilela,
Motta & Andrade Advogados
JULIANNA GRANJEIA SILVA –
Assessoria parlamentar
KELLY CRISTIANE AGUILAR
– MSD Farmacêutica
LUCAS PARREIRA LORINI – Consulado
Geral Britânico em São Paulo
LUCIANO INÁCIO DE SOUZA – Cescon,
Barrieu, Flesch & Barreto Advogados
LUCIANO PEDREGAL DE CASTRO LIMA –
LUCIEN BERNARD MULDER
BELMONTE – Associação Brasileira
das Indústrias de Vidro - ABIVIDRO
LUIZ FERNANDO VISCONTI – Visconti
Law - Legal & Public Affairs
MANOEL FERNANDES
MACEDO JR – Bites
MARCELE BERTONI ADAMES –
Adames Cezimbra Advogados
MARCELO TOREZAN – Vertex
Farmacêutica do Brasil ltda
MÁRCIA REGINA MOSCATELLI
– Ultragenyx
< >
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
Associados doAssociados do
18
E 2 3 4 5 6 71
MÁRCIO RAFAEL MARQUES
BARBOSA MACIEL – ABERT
MARIANA GUIMARÃES BORBOREMA
BRAGA – Mattos Filho
MARIANA SANTOS DE CASTRO – Vector
Relações Governamentais e Institucionais
MARINA BERTUCCI FERREIRA
– Pinheiro Neto Advogados
MÁRIO FERREIRA CAMPOS
FILHO – SIAMIG
MARIO SERGIO RAMALHO
– RM CONSULT
MARTUS ANTÔNIO R.
TAVARES – Bunge Brasil
MILENA MARTINS OLIVEIRA – Cittadino,
Campos e Antonioli Advogados
MIRNA LARISSA WACHHOLZ
CABRAL – Vallya
MOACIR C. FURTADO JUNIOR –
NADIA ALI EL HAGE –
Unichem Farmacêutica
OTHAVIO PAULINO DA COSTA
PARISI – AUTOPASS S/A
PABLO MACHADO – Suzano S.A.
PAULO EDUARDO DE CAMPANTE
SANTOS – ABRASEM
PAULO GONÇALVES HOMEM – Raízen
PAULO MASSI DALLARI – 99app
PEDRO AVELLAR VILLAS-BÔAS – MJ
Alves e Burle Advogados e Consultores
PIERO MONTEIRO SIAL – Mesquita,
Verçosa e Monteiro Sial Advocacia
RAFAEL BERNARDI SILVA – Bernardi,
Koch, Ferrario & Aguiar Advogados
RAFAEL FREITAS MACHADO –
Machado, Leite & Bueno Advogados
RAUL CURY NETO – Vittore Partners
REBECA DE SOUZA LEÃO ALBUQUERQUE
– Navarro Prado Advogados
RENATA DE PAIVA PUZZILLI COMIN –
RICARDO DE SABOYA ROCHA
MIRANDA – Ocesp - Organização
das Coop. do Estado de SP
RICARDO WAHRENDORFF CALDAS –
ROBERTA SAYURI KURUZY –
ABEVD-Associação Brasileira de
Empresas de Vendas Diretas
ROBERTO BRAGA DE ANDRADE – Braga
de Andrade Advocacia Empresarial
ROBERTO CARLOS DE ALMEIDA –
ROBERTO CARSALADE QUEIROGA – M
& Queiroga Relações Institucionais
RODRIGO FERREIRA VICENTE – CAIXA
RODRIGO MELO MESQUITA –
Rodrigo Mesquita Advocacia
RODRIGO NAVARRO DE ANDRADE
– Marster-Consulting e FGV
RUTH BATISTA CRUZ
QUEVEDO – Cielo SA
SAMIR ANDRÉ FERREIRA PIRES –
Smart Modular Technologies
SAMUEL DA SILVA LEMOS
– Philip Morris Brasil
SÉRGIO AUGUSTO CAVALHEIRO
FERREIRA – Mani Holdings
SERGIO FERREIRA DOS SANTOS –
SÉRGIO OLIVEIRA VILALVA RIBEIRO
– Prefeitura Municipal de Salvador
SHIRLEY EMERICK DUTRA – Braskem
SILENE TOGNOLI GALATI MONETA – Nike
SILVIA DE TOLEDO FAGNANI –
SUELMA ROSA DOS SANTOS
– Dow Química
TACYRA OLIVEIRA VALOIS
NERY – ABBOTT
TAIS MENDES – Grupo Uol/PagSeguro
TATIANA SIQUEIRA NOGUEIRA
– Grupo FarmaBrasil
THAIS MARÇAL RODRIGUES
MATIAS – Grupo Globo  
VALERIA CORA ROSSI – ExxonMobil
VALERIA MANDIA CAFE – IBGC
VANDER ALOÍSIO GIORDANO – Multiplan
VANESSA DORATIOTO
DAMO – Estudante
WAGNER AUGUSTO DE GODOY MACIEL
– Godoy Maciel Advocacia e Consultoria
WILLIAN TADEU GIL –
Sodexo Pass do Brasil
< >
Guia
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
19
E 2 3 4 5 6 71
Melhores práticas de
relações governamentais
A regulamentação da prática do lobby é
discutida há mais de 20 anos, mas ainda não há uma
previsão para ser votada no Congresso Nacional. O
IRELGOV, independentemente do encaminhamento
das regulações, tem colaborado e, muitas vezes,
liderado as discussões para o desenvolvimento das
relações governamentais no país, na valorização
da reputação dos profissionais e na melhoria
do ambiente para o exercício da atividade. Em
setembro deste ano, o IRELGOV apresentou uma
contribuição importante para o desenvolvimento
das relações governamentais no Brasil. O Instituto
lançou o Guia de Melhores Práticas da Atividade
de Relações Governamentais. “Faz mais sentido
criar mecanismo de auto-regulamentação do que
criticar aquele que um governo, eventualmente,
apresentar. Quando a iniciativa privada traz
um guia como este, é fantástico”, comenta
Benny Spiewak, coordenador das atividades de
Compliance no Setor de Saúde da L.E.C. – Legal,
Ethics & Compliance.A publicação apresenta as
diretrizes básicas para a atuação dos profissionais
de relações governamentais, esclarecendo normas
e reforçando os valores aplicáveis à atividade e
servindo como material simplificado de orientação
de conduta. A publicação do Guia está diretamente
ligada aos dois pilares de atuação do Instituto, que
são educação e reputação. O IRELGOV defende que
IRELGOV lança guia que apresenta as diretrizes básicas para atuação dos
profissionais e condutas recomendadas para a atividade
< >
Guia
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
20
E 2 3 4 5 6 71
o principal caminho para que a atividade de relações
governamentais alcance maior reconhecimento é
por meio do aprimoramento técnico daqueles que
a exercem. Ao difundir conhecimentos aplicáveis
e úteis à atuação dos profissionais de relações
governamentais, o Guia pretende contribuir
objetivamente para o seu aprimoramento.
A ideia da elaboração de um manual surgiu
praticamente junto com o próprio IRELGOV, com
as primeiras discussões sobre um código iniciadas
em 2015. “A ideia começou como um código de
conduta, mas seria um material muito teórico,
mas que ninguém acabaria usando”, lembra Kelly
Aguilar, conselheira e sócia-fundadora do IRELGOV,
que nessa época era a presidente do Instituto.
Em 2017, foi criado um projeto para
elaboração do Guia de Melhores Práticas e foi
estruturado um grupo de trabalho. Associados
do IRELGOV, de forma totalmente voluntária,
dedicaram muitas horas na construção da
publicação. A coordenação dos trabalhos durante
esses anos foi de Kelly Aguilar, Fernanda Burle, Erik
Camarano e Valeria Café. O Guia teve contribuição
de Alessandra Gualberto, Andréa Gozetto,
Bárbara Teles, Cinthia Battilani, Edgard Usuy, Eriça
Tomimaru, Fabiana Parajara, Fábio Rua, Juliana
Celuppi, Michel Neil, Shirley, Emerick e Vander
Giordano.
O ponto de partida para a elaboração do
guia foi o levantamento de normas, legislações
e regulações já existentes em âmbito federal,
além de pesquisa sobre as melhores práticas
internacionais sobre o tema. O documento foi
criado a partir de outros guias e referências
elaborados por associações nacionais e entidades
internacionais, além da experiência e prática
de experientes profissionais do mercado e de
associados do IRELGOV. “A publicação parte da
premissa de que o trabalho do profissional de
relações governamentais, pautado nas boas
práticas e ética, contribui para o aprimoramento
de políticas públicas. Como a iniciativa privada e
a sociedade civil são diretamente impactadas por
essas políticas, o Guia apresenta alguns parâmetros
que podem servir de referência na atuação dessas
entidades junto ao poder público”, diz Fernanda
Burle, coordenadora do Guia.
O conteúdo também está alinhado com
a Carta de Princípios do IRELGOV, que norteia sua
atuação na legitimidade, legalidade, transparência
e boas práticas. “O IRELGOV tem uma reputação
consolidada como o único think tank de relações
governamentais no país. Assim, temos o papel de
difundir, por meio das melhores práticas, os valores
nos quais acreditamos e nos quais baseamos a nossa
atuação”, explica Erik Camarano, coordenador do
Guia.
A intenção do guia não é propor regras ou
estabelecer punições para quem não as cumprir.
Trata-se de recomendações que pretendem
contribuir de forma objetiva para o aprimoramento
da atividade profissional. “O Guia não tem um
caráter mandatório, nem mesmo para os associados
do IRELGOV, pois o Instituto não tem em sua função
precípua a fiscalização da atividade de relações
governamentais”, esclarece Erik.
O documento recomenda ações gerais que
deverão ser observadas e traduzidas de acordo com
o modelo e as particularidades de cada entidade
e profissional. Essas sugestões são condutas
e preceitos abertos, não estão materializadas
em formas e padrões específicos. Cabe a cada
profissional e ao próprio mercado avaliar sua
aplicação, conforme pertinência e compatibilidade
com seu modelo de atuação. “O Guia tem caráter
sugestivo. Baseia-se em princípios maiores de ética
e transparência, que servirão de referência para a
atuação profissional de uma forma ampla, aplicável
a diversas situações do cotidiano”, diz Fernanda.
Para fazer o download do seu Guia de
Melhores Práticas da Atividade de Relações
Governamentais. CLIQUE AQUI
< >
Guia
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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E 2 3 4 5 6 71
CONDUTAS RECOMENDADAS
Atuar e comunicar-se de maneira
verdadeira, com transparência,
honestidade e integridade
Buscar se capacitar
Difundir seus conhecimentos
e experiências
Oferecer soluções eficientes
para as demandas
Buscar se informar e compreender
de forma técnica e exaustiva
o tema em que irá atuar
Assumir a responsabilidade pela
estratégia de defesa de interesses
e pelo processo de engajamento
Expressar-se com clareza
Assegurar-se de que as informações
fornecidas nas suas atividades
estejam completas e atualizadas
a fim de não induzir em erro
Caso as informações fornecidas
percam sua credibilidade ou ocorra
alguma alteração material que as
torne imprecisas, corrigi-las ou
atualizá-las imediatamente
Assegurar a proteção de dados sensíveis
Identificar a entidade que
representa, declarando seus
interesses e a finalidade de sua
participação no processo decisório
Solicitar audiências e reuniões por
escrito, identificando com quem deseja
se reunir, as pessoas que participarão
da reunião e os cargos ocupados,
os temas que serão discutidos e os
interesses que serão defendidos
Registrar de forma pública
as contribuições técnicas
oferecidas aos tomadores de
decisão quando essas não forem
fundamentadamente sigilosas
Identificar nos documentos a fonte das
informações e dos dados fornecidos
Dispor de sistema de registros
de reuniões, agendas e tratativas
com agentes públicos
Manter o representado, cliente
ou empregador informado dos
andamentos de suas atividades
Atuar respaldado por contrato escrito,
com delimitação clara do mandato de
representação que lhe é outorgado,
do objeto a ser desenvolvido,
da remuneração a ser paga, das
responsabilidades e obrigações de cada
parte e eventuais limitações de atuação
Evitar representações que possam
gerar conflito de interesse
No caso de antigos ocupantes de
cargo ou função pública, respeitar
os requisitos específicos de
confidencialidade e conflito de
interesses que lhes são aplicáveis
Cumprir com a legislação nacional e
internacional, além das regulações
do mercado e normas internas
da entidade que representa;
Disseminar os valores de integridade
e compliance, promovendo um
ambiente livre de corrupção
Incentivar a aplicação de
práticas de boa governança
estabelecidas pelo IRELGOV
< >
Guia
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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E 2 3 4 5 6 71
Condutas recomendadas,
repreendidas e ilícitas
Publicação traz recomendações a situações do cotidiano e de procedimentos ao
se relacionar com representantes do Poder Público
O Guia elenca as condutas recomendadas,
as repreendidas e as consideradas ilícitas na
prática das atividades de relações governamentais.
“Procuramos elaborar uma relação de condutas
bastante suscinta, para que fosse também objetiva.
Dessa forma, todas as condutas recomendadas
são fundamentais”, afirma Fernanda Burle,
coordenadora do Guia. A publicação lista práticas e
procedimentos relacionados à capacitação técnica
e à transparência na atuação “É possível dizer que
atuar e comunicar-se de forma verdadeira, com
integridade e honestidade sejam as bases para
todas as boas condutas”, resume Erik Camarano,
coordenador do Guia.
Além de reforçar princípios e valores,
a publicação traz algumas recomendações
relacionadas a situações do cotidiano e de
procedimentos ao se relacionar com representantes
do Poder Público. Por exemplo: identificar a
entidade que representa, declarando seus
interesses e a finalidade de sua participação no
processo decisório; solicitar audiências e reuniões
por escrito, identificando com quem deseja se
reunir, as pessoas que participarão da reunião e os
cargos ocupados, os temas que serão discutidos e
os interesses que serão defendidos; registrar de
forma pública as contribuições técnicas oferecidas
aos tomadores de decisão quando essas não forem
fundamentadamente sigilosas; e dispor de sistema
de registros de reuniões, agendas e tratativas com
agentes públicos.
Esses procedimentos, muito
provavelmente, deverão constar nas
regulamentações da atividade que ocorrerão nos
próximos anos. Dessa forma, o IRELGOV se antecipa
e propõe uma espécie de auto-regulamentação de
alguns temas relacionados ao lobby. O Guia também
relacionada algumas condutas repreendidas
e outras ilícitas. Para pessoas familiarizadas
com compliance e que conhecem um pouco de
legislação penal e direito administrativo essa lista
pode parecer um pouco óbvia. “Infelizmente, dado
< >
Guia
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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E 2 3 4 5 6 71
O Guia propõe instituir o Comitê de
Melhores Práticas em Relações Governamentais
e estabelece mecanismo de acompanhamento
das atividades realizadas pelos associados
do IRELGOV, fixando parâmetros e dirimindo
dúvidas sobre a atuação desses profissionais no
caso concreto.
O comitê será composto por três
membros indicados pelo presidente do
Instituto. Todos devem ser associados ao
IRELGOV. O comitê deverá se reunir de acordo
com a demanda, que lhe será apresentada
por meio de consulta ou denúncia trazida
pelos associados. As deliberações do comitê
constituirão orientação aos seus associados,
o estágio atual de maturidade da atividade no país,
não é demais listar estas práticas, mesmo correndo
o risco de sermos redundantes ou repetitivos.
Nesse caso, precisamos ‘martelar’ a mensagem,
para que fique claro e ninguém, especialmente
nossos associados, possa dizer que ‘não sabia’ do
que poderia ou não fazer”, explica Erik. “Às vezes
realmente o óbvio precisa ser dito e lembrado. Ter
à mão a lista das práticas vedadas que podem mais
facilmente se relacionar ao dia a dia do profissional
de relações governamentais ajuda no cumprimento
das normas e padrões”, completa Fernanda.
Comitê de Melhores Práticas
podendo culminar na recomendação de
desfiliação compulsória, o que será ao final
decidido pelas instâncias competentes do
Instituto. Periodicamente, o Comitê deverá
analisar eventual necessidade de adaptação e
atualização do guia.
Será criado um canal de denúncias.
“O canal de denúncias é aberto a todos os
associados e as notificações poderão ser feitas
de forma anônima. O Comitê irá apurar os fatos
nos limites dos recursos técnicos e humanos
de que dispõe, respeitando sempre os limites
legais e sua competência institucional”, explica
Fernanda Burle, conselheira do IRELGOV e
coordenadora do Guia.
< >
Inovação
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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E 2 3 4 5 6 71
Tecnologias digitais transformam
as relações governamentais
Nos últimos 31 anos, desde a promulgação
da Constituição Federal, em 1988, foram editadas
mais de 6 milhões de normas que regem a vida dos
cidadãos, o que representa, em média, 538 normas
editadas todos os dias, ou 776 normas por dia útil.
Somente 4,15% dessas regras não sofreu nenhuma
alteração. No âmbito federal, foram 167.716,
média de 31,81 por dia, ou 21,38 por dia útil. No
âmbito estadual, foram 1,7 milhões de normas e,
no municipal, 4,2 milhões no período. Estes dados
foram levantados pelo Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT).
Monitorar as atividades do Poder
Público, acompanhar a tramitação de normas
e identificar potenciais riscos e oportunidades
nas mudanças regulatórias ou da legislação
são algumas das principais funções da área de
relações governamentais. Porém, acompanhar os
movimentos do Poder Legislativo, além de normas
e portarias do Poder Executivo, nesse emaranhado
caótico de mudanças e revisões constantes no
sistema público brasileiro, é um dos principais
desafios dos profissionais.
Nos últimos anos, com o desenvolvimento
acelerado das tecnologias digitais, sugiram
soluções baseadas em big data, analytics, machine
learning e inteligência artificial que facilitam
muito o cotidiano das relações governamentais.
Empresas empregam inteligência artificial, big data e machine learning em
monitoramento e análise legislativa
< >
Inovação
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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E 2 3 4 5 6 71
Empresas de tecnologia especializadas em
relações governamentais surgiram para fazer o
acompanhamento de normas legislativas de forma
automatizada. Mais do que o registro da tramitação
de leis e projetos de lei, as novas soluções digitais
oferecem inputs sobre o resultado de votações,
probabilidade para sua aprovação, informações
fundamentais na elaboração de estratégias de
relações governamentais.
A primeira vantagem que é percebida
rapidamente por nossos clientes é a redução
em até 75% do tempo com a automatização do
monitoramento legislativo”, afirma Frederico
Amaral de Oliveira, diretor e fundador do Sigalei.
No método tradicional, profissionais fazem o
acompanhamento manual da tramitação legislativa,
lendo o Diário Oficial e entrando diariamente nos
sites das casas legislativas, ministérios e autarquias.
A tecnologia está automatizando as atividades
de baixo valor agregado, liberando mais tempo
para os profissionais fazerem o que é realmente
importante dentro do escopo de cada instituição”,
diz Frederico.
Vale relembrar o estudo do IBPT, que
revelou uma média de 776 normas editadas por
dia útil (21,38 federais, 219,63 estaduais e 535,07
municipais). Esses números não incluem resultado
de votações, atas e relatórios de comissões,
nomeações de membros de comitês e comissões,
pareceres, acórdãos e tantas outras informações
fundamentais para o trabalho de análise.
Crescimento
A adoção de sistemas digitais ainda não
é uma prática propagada no mercado. “Como em
todas as profissões, há resistência natural a uma
nova forma de fazer as coisas. No entanto, essa
mudança, ainda que gradual, também é natural
e inevitável”, analisa Raphael Caldas, fundador e
diretor executivo da InteliGov. Segundo ele, está
ficando no passado o profissional acompanhar o que
tramita no Congresso Nacional indo até a secretaria
de uma comissão e perguntando se foi apresentado
um parecer ou designado relator.
Juliana Celuppi, diretora executiva do
Radar Governamental, diz que uma barreira para
o crescimento do uso de tecnologia na área de
relações governamentais é o entendimento da
necessidade de se ter este tipo de serviços pelas
empresas. “Muitas empresas grandes, inclusive
de capital aberto, apenas agora estão começando
a criar suas áreas de Rel Gov. Isto tudo caminha
ao lado do entendimento do que é exatamente
relações governamentais e todos os desafios da
área de uma forma geral, incluindo as tecnologias”,
avalia Juliana.
A compreensão sobre o impacto do
uso de tecnologia ainda não é clara para alguns
profissionais. Os produtos oferecidos pelas
empresas digitais não são apenas relatórios e
planilhas, mas análises de tendências e avaliação
de potenciais de risco. “Trabalho com isto há
mais de 10 anos e ainda há bastante confusão na
diferenciação entre um serviço de tecnologia que
apenas utiliza mecanismos automatizados de busca
com outro serviço que combina estes mecanismos
com inteligência artificial e interação humana,
garantindo alta assertividade e informações únicas
e individualizadas por cliente”, relata Juliana.
Para Frederico, do Sigalei, a adoção de
tecnologia depende também de uma reflexão
interna sobre como apresentar os resultados da
área de relações governamentais. “O desafio de
crescimento está relacionado à medição do próprio
ROI [retorno sobre investimento] da área e não do
desejo, em si, dos profissionais, que em geral são
adeptos à tecnologia. Quando um determinado
time de Rel Gov é capaz de justificar o ROI, que
geralmente é bem alto, conseguir recursos para
contratação de ferramentas é facilitado”, afirma
< >
Inovação
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Frederico. De acordo com Raphael, da InteliGov, os
sistemas também podem facilitar a mensuração de
resultados do trabalho de relações governamentais,
às vezes intangível e difícil de traduzir para outras
áreas de negócios.
Existe bastante otimismo em relação ao
crescimento da adoção de sistemas digitais nas
rotinas das áreas de Rel Gov, especialmente com o
desenvolvimento de novas ferramentas e soluções,
cada vez mais combinadas com inteligência artificial.
Ainda há muito trabalho feito de forma manual e
repetitiva que pode ser facilitado por soluções já
existentes ou ainda por desenvolver”, diz Raphael.
Independentemente das tendências
tecnológicas e desenvolvimento de novas
soluções, vale ressaltar que as plataformas
digitais são apenas ferramentas do trabalho de
relações governamentais, não um fim em si. Os
departamentos de Rel Gov do futuro não serão
apenas salas com computadores de inteligência
artificial. “Não existe, e não vejo em curto prazo, a
possibilidade de se ter um sistema capaz de ter a
assertividade que temos agregando das duas coisas,
tecnologia e raciocínio humano”, afirma Juliana. As
ferramentas oferecem informações, mas a definição
das estratégias e posterior interlocução com
autoridades e stakeholders será sempre atribuição
do profissional de relações governamentais.
InteliGov
A InteliGov foi fundada em 2014 com o
produto ZenLobby. Hoje, A plataforma
InteliGov permite a automação do
monitoramento legislativo e a fácil gestão
da informação. A InteliGov também oferece
uma plataforma para acompanhamento
de processos no Ministério da Agricultura
e um serviço para facilitar a captação de
recursos por municípios e entidades do
terceiro setor.
Radar Governamental
O Radar Governamental foi criado em
2016. É o maior portal de monitoramento
legislativo e inteligência governamental
do Brasil. A primeira e única plataforma
com abrangência federal, além de todos
os estados e mais de 140 municípios.
Sigalei
O Sigalei nasceu em 2016. A empresa
oferece monitoramento legislativo com
funcionalidades de gestão temática e
geração de inteligência para gestão de risco
político e regulatório, e monitoramento
do Diário Oficial da União. Em 2020 serão
lançadas outras funcionalidades para
agregar mais fontes de informação e
análise.
EMPRESAS DE TECNOLOGIA EM REL GOV
< >
Inovação
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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O uso mais intensivo de inteligência
artificial é uma tendência para as soluções
para relações governamentais. A área de Rel
Gov da IBM emprega a plataforma Watson, que
utiliza sistemas cognitivos que simulam a mente
humana no processamento de informações,
na análise de informações não estruturadas.
A ferramenta já capta conteúdos vindos de
diversas fontes, como redes sociais, discursos
de políticos, sites, blogs, entre outros, e avalia
quais informações e posicionamento de cada
parlamentar ou stakeholder sobre determinados
assuntos. “Temos um mapeamento muito mais
preciso sobre quem gosta ou não de mim e quem
precisamos estreitar o relacionamento. Também
conseguimos avaliar se esse relacionamento
surtiu efeito e houve mudança de posicionamento
da pessoa”, conta Fábio Rua, diretor de relações
governamentais e assuntos regulatórios da IBM
América Latina. A plataforma tem a capacidade
de aprender a depurar melhor as informações
capturadas e os insights apresentados se tornam
cada vez mais assertivos e precisos.
Automação, gestão e inteligência são os
três pilares do desenvolvimento de novos sistemas
digitais de Rel Gov. Processar o infindável volume
de dados disponíveis e apresentar o que realmente
é útil, de forma confiável.”, diz Raphael Caldas,
fundador e diretor executivo da InteliGov. A
tendência é proporcionar a integração de várias
fontes em um só lugar e oferecer informação
acionável para o profissional. “As ferramentas
vão ser pontes para conectar Rel Gov com outras
áreas da empresa, como por exemplo, regulatório,
compliance, comunicação e jurídico”, comenta
Frederico Amaral de Oliveira, diretor e fundador do
Sigalei.
O desenvolvimento de soluções digitais
esbarra na qualidade dos dados fornecidos pelas
casas legislativas brasileiras. Informações atualizadas
e consistentes nos sites das câmaras de vereadores
e assembleias legislativas está longe de ser
realidade em grande parte dos municípios e estados
brasileiros. A aplicação de inteligência artificial, por
exemplo, fica extremamente comprometida porque
a base de dados é ruim. Os sistemas da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal e de algumas
assembleias estão mais avançados.
“Muito se fala em inteligência artificial,
big data e algoritmos como ferramentas que
agregam ao nosso trabalho de inteligência
governamental. Mas nós enfrentamos um
problema que é a qualidade do dado que será
trabalhado, já que em muitas casas legislativas
pelo país, e até mesmo no âmbito federal,
existem muitas limitações. Não adianta ter uma
Ferrari para andar em uma estrada de terra”,
resume Juliana Celuppi, diretora executiva do
Radar Governamental.
Inteligência artificial
Barreira
< >
Mercado
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Área de relações governamentais
ganha importância estratégica
A área de relações governamentais tem
ganhado espaço e importância dentro das empresas.
Pesquisa divulgada no Anuário ORIGEM 2019 mostra
que 46,7% dos profissionais responde para o CEO
ou principal executivo da empresa e metade dos
gestores que responderam os questionários (51,3%)
faz parte da diretoria ou do comitê executivo. Esses
dados mostram que os profissionais participam, de
forma relevante, da elaboração das estratégias dos
negócios. Segundo o professor Rodrigo Navarro,
sócio da Consult-Master e um dos coordenadores da
publicação, cada vez mais organizações entendem
que a gestão adequada, conduzida por profissionais
capacitados, é elemento chave para uma estratégia
integrada e alinhada entre forças de mercado
(concorrentes atuais e potenciais, fornecedores,
clientes e produtos/serviços substitutos) e de não-
mercado (Governos, mídias, comunidades, ativistas,
sindicatos).
“Um ponto importante é que não basta
somente participar das decisões estratégicas, mas
também participar o quanto antes nesse processo”,
ressalta Navarro. Se a área começar a participar
quando as estratégias já foram traçadas, corre-se o
risco de a área ser acionada muito mais para “apagar
incêndios” em vez de efetivamente contribuir
proativamente para que atividades transcorram,
desde o início, sem problemas com relação a
possíveis externalidades. “Quanto mais regulado
Pesquisa publicada no Anuário ORIGEM 2019 mostra que gestores atuam próximos
ao CEO e maioria participa de comitê executivo
< >
Mercado
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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consultorias especializadas e escritórios de
advocacia com esta área, além de entidade setoriais
de âmbito nacional. O IRELGOV é co-realizador do
Anuário, que foi lançado em 23 de agosto, em São
Paulo (veja a cobertura do lançamento na seção
Eventos IRELGOV desta edição). A publicação traz o
perfil de 472 profissionais de relações institucionais
e governamentais do país que atuam em grandes
empresas, entidades de classe, consultorias e
escritórios de advocacia.
for o setor, maior a importância do
envolvimento cedo e proativo da
área de RIG no processo decisório
da empresa”, afirma.
Essa proximidade
do ambiente decisório das
organizações revelou um dado
interessante. Menos da metade
das empresas (49,1%) tem
presença física em Brasília.
Navarro avalia que, por ser
uma área obrigatoriamente
Para fazer o download do Anuário ORIGEM 2019,
acesse o link (http://anuarioorigem.com.br/)
“Com o tempo, só terá espaço
nesse mercado aqueles que
forem altamente capacitados”
Rodrigo Navarro
área dele é muito estratégica e
pode gerar um impacto – positivo
ou negativo – muito grande para
o negócio”, analisou Cury Neto na
entrevista.
A pesquisa do Anuário
ORIGEM foi realizada durante os
meses de maio, junho e julho de
2019 com cerca de 350 gestores
e líderes da área de relações
institucionais e governamentais
de grandes empresas,
transversal, que interage com diferentes
departamentos da empresa, precisa estar próxima
da matriz. “A área está mais próxima do poder. Mas
não do poder político, em Brasília, mas no centro de
poder de decisão e estratégia da própria empresa”,
declarou Raul Cury Neto, sócio da Vittore Partners,
um dos coordenadores do Anuário ORIGEM 2019,
em entrevista publicada no anuário. Na matéria, Cury
Neto diz que o profissional precisa saber transitar
dentro do ambiente corporativo e lidar com a política
interna da empresa. “É um profissional que precisa
convencer diferentes áreas da companhia de que a
A graduação predominante dos profissionais
de relações governamentais das empresas que
responderam à pesquisa publicada no Anuário
ORIGEM 2019 ainda é da trinca Direito (36%),
Administração (12,1%) e Engenharia (8,9%).
Nas associações, a graduação mais comum é
Administração (33,3%). Cursos de pós-graduação
e MBA complementam a formação da quase
totalidade dos profissionais das empresas (92%),
o que mostra necessidade de complementação
de conhecimento. Na entrevista a seguir, Rodrigo
Navarro, um dos coordenadores do anuário,
fala sobre o perfil dos profissionais de Relações
Institucionais e Governamentais (RIG).
Quais as novas competências exigidas pelo
mercado?
Saber lidar com uma grande quantidade de
informações, gerenciamento de tempo e
ter uma visão holística dos problemas são
competências a serem desenvolvidas por este
profissional, independentemente de ser advogado,
O perfil do profissional
< >
Mercado
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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administrador ou engenheiro de formação.
Nas empresas, a quase a totalidade dos
profissionais têm cursos de pós-graduação/MBA
(92%). Isso pode ser considerado um indicativo
de uma procura maior dos profissionais em
qualificação e capacitação?
Certamente. Com o tempo, só terá espaço nesse
mercado aqueles que forem altamente capacitados.
O número de temas e de interlocutores só tende
a aumentar, mas o tempo permanece o mesmo.
Atualmente, há diversos cursos para essa área
não só de hard skills (estratégia, negociação,
comunicação) mas também envolvendo soft skills
(empatia, liderança emocional, adaptabilidade) que
são atualmente diferenciais, mas que se tornarão
competências básicas.
A idade média dos profissionais é de 44,8 anos,
ou mais. A área é exclusividade para profissionais
mais experientes e mais velhos?
Não devemos confundir experiência com
senioridade. Hoje temos muitos jovens que
já passaram por diferentes experiências:
empreenderam, tiveram sucesso, fracassos,
enfrentaram crises, sobreviveram. Isso é procurado
pelo mercado, em complementação a um bom
network e conhecimentos específicos na área. A
área exige uma senioridade para as lideranças e
essa senioridade ainda é traduzida em uma idade
média mais elevada. Porém, dada sua importância
estratégica crescente, a área tem atraído jovens
profissionais e creio que veremos essa idade média
decrescer nas próximas edições do ORIGEM.
Ficou mesmo para trás aquele profissional que
já trabalhou no governo e se torna consultor de
RIG devido aos seus contatos no poder público
(67,8% dos profissionais de empresas não atuou
no poder público?
Esse importante dado indica um processo de
mudança de perfil em curso. Se antigamente era
quase “obrigatório” ter um líder nessa área que
tivesse trabalhado no Governo, isso já não é mais
uma condição prévia.
Como você avalia a presença feminina na área de
RIG?
Crescente e com tendência de alta. Novamente, em
função de ser a primeira mensuração do dado, não
temos uma mesma base para comparação, mas creio
que as edições futuras mostrarão um crescimento
da participação das mulheres nas lideranças das
áreas de RIG.
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Atuar em uma multinacional com sede nos Estados Unidos tornou-se uma jornada
de aprendizado e compreensão sobre os desafios das equipes responsáveis por Programas
de Ética e Integridade (Compliance). A alta quantidade de horas dedicada aos processos,
aos relatórios e aos controles internos gera sobrecarga de trabalho nas equipes enxutas
de Relações Governamentais, que tentam navegar em um emaranhado de leis, decretos,
portarias, instruções normativas e outros instrumentos infralegais, em três níveis federativos,
motivo pelo qual emergem conflitos. Na minha experiência, conhecer os desafios, conhecer os
riscos e, principalmente, me aprofundar nos estudos sobre os diferentes marcos regulatórios
internacionais permitiu-me entender os porquês, qualificou-se no diálogo e me posicionou
como uma interlocutora crível e relevante para contribuir ao programa de compliance.
Como as interações com formuladores de políticas públicas, legisladores,
reguladores e fiscalizadores dos diferentes entes federativos, aos profissionais de Relações
Governamentais podem oferecer consultoria às áreas de ética e integridade em matérias
sobre a interação com o setor público de maneira qualificada.
Considerando os nove pilares dos programas de integridade (suporte da alta
direção; avaliação de risco; código de conduta e política de compliance; controles internos;
treinamento e comunicação; canais de denúncia; investigações internas; due dilligence;
monitoramento e auditoria), os profissionais de Relações Governamentais podem exercer
papel ativo de liderança e contribuição efetiva em pelo menos quatro dimensões: avaliação
de risco; código de conduta e política de compliance; treinamento e comunicação; e
investigações internas.
A avaliação de risco é a primeira dimensão na qual há espaço de colaboração.
Profissionais experientes nas relações público-privado e em cenário político-regulatório
conseguem antecipar riscos de maneira relevante, sempre quando conheçam o negócio
e estejam comprometidos em proteger a empresa. Ao levantar riscos e contribuir para o
aperfeiçoamento da matriz de risco, o profissional de Relações Governamentais se qualifica
para participar das discussões estratégicas e auxiliar o programa de compliance a proteger o
negócio e a empresa.
Profissionais de relações
governamentais:
campeões dos Programas
de Compliance
Artigo
Por Suelma Rosa
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Artigo
Se uma empresa não possui política, há inúmeras oportunidades para que o
profissional de Relações Governamentais seja o campeão no processo de criação do código
de conduta e das políticas de integridade nas dimensões de política de relacionamento com
autoridades, políticas de brindes, presentes e entretenimento e as políticas de tratamento de
pessoas politicamente expostas.
Para as empresas multinacionais, igualmente há contribuições na aclimatação e
tropicalização de políticas desenhadas a partir de marcos normativos-culturais internacionais
aos avanços dos macro legal e das orientações que a Controladoria Geral da União – CGU
publicou na Coleção Programa de Integridade, disponível em www.cgu.gov.br
Como a maioria dos programas de integridade usa uma linguagem jurídica, muitas
vezes inacessível e entediante para a maioria dos funcionários, os treinamentos do programa
de integridade podem se tornar mais dinâmicos, práticos e eficientes se incorporar nos temas
que tocam as relações público-privada simulações, exemplos e casos dos profissionais da
área. Os programas serão mais efetivos, porque a ciência sobre aprendizado de adultos e a
psicologia cognitiva informam que adultos aprendem mais fazendo ou interagindo com pares,
que lendo ou assistindo vídeos. Profissionais de áreas expostas com meio ambiente, saúde e
segurança, regulatório, operações aduaneiras, entre outras, estão igualmente expostas aos
riscos de integridade com agentes públicos, mas se dedicam a outras áreas do conhecimento,
podendo aprender e compartilhar com as áreas de RELGOV.
A due dilligence para contratações de alto risco deveria incorporar mapeamento
de atores e redes de influências de autoridades e pessoas politicamente expostas, para
além das tradicionais investigações de antecedentes criminais e afins. As áreas de Relações
Governamentais e os serviços de consultoria que lhes atendem estão mais bem equipadas
para desenvolver mapeamentos de atores políticos e identificar suas redes e canais de
influência que qualquer outra área da empresa.
A cooperação entre ambos os profissionais – compliance e relações governamentais
–, conservadas as devidas segregações de função e freios e contrapesos necessários para
evitar conflitos de interesse, beneficiará a ambas unidades, minimizarão conflitos e permitirão
construção de consensos. O maior benefício, contudo, será uma aliança de proteção legal e
reputação para empresas e marcas.
Suelma Rosa é diretora de Relações Governamentais da Dow e vice-presidente do IRELGOV
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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A nova hora do agro
brasileiro na China
Em um passado não tão longínquo, a China tornou-se parceira estratégica
do Brasil com vistas a garantir a segurança alimentar de sua população, composta,
já à época, por mais de um bilhão de habitantes. Agricultores brasileiros passaram a
produzir cada vez mais grãos e destinar suas exportações para o crescente gigante
asiático. O ciclo de alta das commodities beneficiou o Brasil a partir de meados dos anos
1990, período no qual os chineses cresciam a dois dígitos e eram impulsionados pelas
importantes reformas promovidas pelo governo de Dean Xiaoping.
Produtores de soja vivenciaram um fenômeno rápido e próspero para o
desenvolvimento e ampliação das suas lavouras. Em 20 anos, entre 1990 e 2010, o preço
da tonelada do grão passou de US$ 219,00 para US$ 385,00
1
, o que ajudou a promover
a grande revolução no Cerrado brasileiro e consolidou o país como grande player no
comércio agrícola global.
Outras culturas também colheram os frutos dessa parceria. No período de
2000 a 2010, quando é consolidada a presença das commodities brasileiras no mercado
chinês, a venda de algodão saltou de US$ 1 milhão para US$ 143 milhões, a de celulose de
US$ 54 milhões para US$ 1,1 bilhão e a de carne de frango passou de US$ 7 milhões para
US$ 200 milhões. Esses números trouxeram a China para o topo da balança comercial
brasileira. Desde 2013
2
os chineses figuram como o principal parceiro do agro brasileiro
e a tendência é que eles vieram para ficar.
Isso porque, mesmo crescendo a um dígito e passando por transformações
estruturais na sua economia, a China de hoje continua a olhar para o Brasil como grande
fornecedor de produtos agrícolas e peça-chave para a segurança alimentar da sociedade
chinesa.
Dessa vez, porém, há outros espaços e oportunidades a serem aproveitados. O
agro brasileiro pode novamente promover uma revolução nos campos, na agroindústria
e no comércio, levando o sabor do Brasil para a as prateleiras do mercado chinês,
sejam elas físicas ou virtuais, diante do avanço exponencial do comércio eletrônico
(e-commerce) na Ásia.
Por Camila Sande
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Artigo
Pauta concentrada e mudança de paradigma
Existem, contudo, desafios estruturais nesse pujante comércio bilateral.
A pauta de exportações do agro para a China é altamente concentrada na soja, que
representa cerca de 70%3 de tudo que é vendido para o país, conforme o gráfico abaixo.
No mesmo gráfico podemos constatar que os quatro primeiros produtos dessa pauta
somam mais de 90% do que é embarcado para os chineses.
GRÁFICO 1: A BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO
BRASIL-CHINA (janeiro a outubro de 2019)
Por outro lado, produtos com maior valor agregado enfrentam picos e
escaladas tarifárias
4
que impedem a sua entrada no mercado chinês. Para citar alguns
exemplos, um estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra
que produtos como soja em grãos, café verde e celulose pagam, respectivamente, 3%,
8% e 0% em tarifas na China. Quando passam por agregações de valor passam a pagar,
entre 5% a 9% nos derivados de soja, até 30% no café processado e 7,5% no papel. Essa
realidade precisa ser mudada para que uma maior diversidade de produtores brasileiros
possa também obter resultados da parceria com a China.
Ainda, alimentos como lácteos, frutas, sejam elas frescas ou processadas,
sucos, mel, geleias, castanhas, cafés especiais e pescados do Brasil precisam ganhar
espaço nos negócios entre os dois países. Essas cadeias têm aumentado a sua cultura
exportadora e se estruturado para adaptar seus produtos aos gostos e exigências dos
chineses. É preciso agora que seja feita essa ponte entre o que temos de melhor para
alimentar o mundo e os seus maiores consumidores.
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Artigo
Para isso é necessária uma mudança de posicionamento do agro brasileiro no
mercado chinês. E o momento é estratégico.
A jovem e urbana população chinesa está mudando seus hábitos de consumo,
trazendo para sua dieta produtos tradicionalmente ocidentais. De acordo com a OCDE
5
, o
aumento da demanda chinesa por alimentos será impulsionado por essa transformação,
diferente do passado, quando era puxada pelo aumento populacional.
Novos padrões dos consumidores na China estão sendo influenciados pelo
aumento da renda, em especial nas províncias mais urbanizadas, e pela preferência
desse consumidor, cada vez mais conectado e com hábitos ligados às tendências da alta
tecnologia e das redes sociais. E sim, esses fatores também têm impacto na forma e
qualidade com as quais o chinês se alimenta.
Nesse cenário, a nova inserção do agro na China também precisa estar
conectada e os exportadores conscientes de que, para conquistar espaços nesse
mercado tão competitivo, é preciso inovar, investir e transformar o modelo de venda
dos seus produtos no exterior. Essa mudança de paradigma não só ampliará a presença
do Brasil no mercado chinês e em outros mercados potenciais, mas também beneficiará
o posicionamento do agro aqui no Brasil.
A nova hora do Brasil na China
A guerra comercial travada entre chineses e norte-americanos, ainda que
bastante prejudicial ao comércio e à economia mundiais, trouxe o aumento das
exportações de soja novamente para os holofotes da relação bilateral, como há 30
anos. Ao deixar de importar o produto dos Estados Unidos, a China, em 2018, encontrou
no Brasil o fornecedor-chave para suprir essa lacuna. Os números do ano passado
mostram um recorde nas exportações desse produto, com um volume de 68,6 milhões
de toneladas.
Contudo, a tendência é a retomada a parâmetros mais normais no comércio do
grão, ao passo que chineses e norte-americanos avançam nas negociações comerciais.
Porém, as portas que têm sido abertas no mercado chinês para outros produtos
apresentam boas novas para nossos agricultores. O desgaste na relação comercial com
os norte-americanos despertou um interesse dos consumidores chineses em conhecer
alternativas no fornecimento seguro de alimentos e os brasileiros estão no radar. É a
segunda chance do Brasil na China e é preciso agarrá-la não com unhas e dentes, mas
com o devido planejamento dos negócios que buscamos realizar.
Para isso é fundamental que os nossos planos e ações estejam em território
chinês. Em recente missão realizada pelo Instituto de Relações Governamentais
(IRELGOV), a CNA esteve engajada em uma robusta agenda de conhecimento e
imersão na China. Foi possível ter uma vasta compreensão do “novo normal” no país,
que continua crescendo de uma forma mais modesta, ao passo que se consolida como
grande potência mundial do século XXI. A China é o agora e o futuro.
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Por isso, no início de 2020, a CNA passará a ter um escritório de negócios na
cidade de Xangai, que terá como foco de atuação o estreitamento dos caminhos entre a
produção brasileira e o consumidor chinês. Faremos um intenso trabalho de inteligência
comercial no mercado, marketing, estudo da demanda e das mais diversas formas de
consumo na China. A presença do agro brasileiro consolida essa nova fase da conquista
no relacionamento bilateral, agora focada em levar o verdadeiro sabor do Brasil às
mesas e, porque não dizer, aos smartphones chineses. É sim a nova hora do Brasil na
China.
Camila Sande é coordenadora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA)
Referências:
[1] Quaresma, Henry Uliano. O Fator China e o Novo Normal. 2ª edição. Aduaneiras, 2016.
[2] Fonte: Agrostat/MAPA,2019.
[3] Fonte: Agrostat/MAPA. Elaboração SRI/CNA. Dados de 2019 (janeiro a outubro).
[4] “Os picos tarifários ocorrem quando um país aplica tarifas a determinados produtos em um nível
signicativamente superior à média aplicada para os demais bens. Os picos tarifários são comumente
utilizados para a proteção de determinadas categorias de produtos, como os agrícolas, têxteis e vestu-
ário, calçados e automotivos. Já as escaladas tarifárias ocorrem quando são aplicadas tarifas mais altas
para bens acabados e menores para os respectivos insumos. A escalada tarifária incentiva a importação
de insumos e diculta a importação de produtos acabados, funcionando como um incentivo à produção
local destes últimos.” Fonte: Manual sobre Barreiras Comerciais e aos Investimentos. Apex-Brasil e CNI,
2017.
[5] Fonte: OECD/FAO (2019), “OECD-FAO Agricultural Outlook”, OECD Agriculture statistics (database),
http://dx.doi.org/10.1787/agr-outl-data-en.
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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Lobby desvendado:
pontos em que a prática
desafia a teoria
Empreender esforços no sentido de influenciar a agenda pública para, dessa forma,
defender interesses privados não é mais novidade e tão pouco causa espanto, sendo estas
ações bastante comuns nos corredores do Poder nos âmbitos municipal, estadual e federal.
A esse respeito, são fecundos e diversos os estudos que visam a compreender a dinâmica de
atuação de grupos de interesse junto às esferas do poder público e qual o impacto dessas
atividades nos meios político, social e econômico.
Ao tratarmos desse tema é possível elencar inúmeros fatores que se fazem
presentes no processo de formulação e decisão política e que configuram a complexa
interação existente entre entes privados e as esferas do poder. A despeito dessa intrincada
relação cabem algumas perguntas: Quem são os atores envolvidos nessa dinâmica? Como
esses atores organizam seus interesses e como fazem para levar suas demandas ao poder
público? Essas demandas são levadas em consideração, em que medida? Como esses atores
fazem para aferir a própria influencia ou a de um grupo no que diz respeito ao resultado
gerado pela formulação, implementação ou alteração de políticas públicas?
Estas são algumas das questões que ainda merecem ser objeto de reflexão e sobre
as quais vale a pena colocar luz, face ao disputado e imprevisível jogo de forças que concorrem
no ambiente político e que move empresas, grupos, sindicatos, entidades, associações entre
tantos outros jogadores.
Feitas estas considerações iniciais, é prudente informar aos leitores que este
artigo não tem a pretensão de exaurir as questões que tangem o universo da ação política
empresarial, sobretudo a atividade do lobby, e sim de compartilhar uma parcela, ainda que
pequena e modesta, do conhecimento já produzido sobre o tema e, o mais importante, lançar
questões, fazer perguntas que desafiam a atividade de lobby e de relações institucionais e
governamentais como um todo.
Uma das primeiras questões a ser suscitada versa sobre a influência dos grupos
de interesse ou de apenas uma empresa/entidade e sua capacidade de intervir no processo
decisório legislativo ou de pautar outros tomadores de decisão. Isso é tema recorrente nas
discussões entre profissionais de RIG e entre pesquisadores da área. Não raro, a teoria dos
grupos e a lógica racional da ação coletiva, correntes de pensamento significativas para este
Por Henrique Pellini
< >
Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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campo de estudo, são desafiadas a explicar fenômenos que no mundo dos fatos contradiz, ou
ao menos desafia, as teorias a superarem certos “statements” e a se reciclarem, o que enseja
a realização de mais estudos empíricos. Vejamos um ponto controverso inicial.
Comecemos apontando autores que em suas análises sobre grupos de pressão e
sobre ação coletiva que consideram o empresariado como incapaz de se articular em torno de
uma pauta única. Estes autores asseveram que o sistema corporativo brasileiro incentiva os
empresários a agirem de forma individual e setorial, não contribuindo para que ocorra a ação
coletiva deste grupo (KINGSTONE, 2001; DOCTOR, 2002; SCHNEIDER, 1997; 2004).
Dessa forma, apontam que, embora os empresários se beneficiem dos serviços
ofertados pelas organizações oficiais de representação, que eles questionam métodos de
representação de interesses destas entidades, e acabam por agir, em algum momento, de
forma individualizada em busca de incentivos particulares junto ao governo, realizando
contatos pessoais junto às autoridades públicas, a depender do tamanho da empresa e do
pleito almejado, ou de seus interesses setoriais. Isto se dá pelo fato de, segundo DOCTOR
(2002), existir dentro das próprias entidades representativas, um grande e insuperável conflito
de interesses econômicos e políticos. A questão é: são esses conflitos de fato insuperáveis a
ponto de levarem uma empresa/instituição a agir isoladamente?
Acerca das afirmativas anteriores, quem atua diretamente em RIG há de concordar
que a prática tem demonstrado a necessidade de revisão de posicionamentos como estes.
Profissionais de RIG sabem que a visão do sistema corporativo como principal causador da
ação fragmentada da ação do empresariado brasileiro pode ser equivocada e que parece
deixar de levar em considerações algumas características importantes do sistema produtivo
e da lógica de mercado nacional.
São dois elementos (o sistema produtivo e a lógica do mercado nacional) que, sem
sombra de dúvidas, incidem e delineiam as estratégias de influenciar, defesa e representação
de interesses e que merecem figurar nas pesquisas sobre relacionamento institucional e
governamental no Brasil para que tenhamos um corpo teórico local mais robusto e que nos
permita refletir sobre nossa realidade. Há uma lacuna a ser preenchida nesse sentido e mais
pesquisas, sobretudo qualitativas, são essenciais para a compreensão de um cenário tão
peculiar quanto o brasileiro.
Não obstante, no tocante à “não-ação” ou à ação conjunta de grupos específicos
por parte daqueles que comungam os mesmos interesses, OLSON (1999) comenta a ideia de
que grupos de indivíduos com interesses comuns tenderiam, usualmente, a promover tais
interesses, principalmente, se fossem econômicos. Esta ideia está baseada na premissa de
que os membros do grupo agiriam por interesses individuais racionalmente definidos. Esta
afirmação, porém, segundo Olson, estaria equivocada pois a ideia de que os grupos agirão
para atingir seus objetivos é apenas uma sequência lógica da premissa do comportamento
racional centrado nos próprios interesses, não sendo assim absolutamente verdadeira.
Olson destaca que os indivíduos que pertencem à uma organização têm interesses
comuns, mas, ao mesmo tempo, têm motivações individuais diferentes dos interesses dos
demais indivíduos do grupo. Em outras palavras, Olson afirma que na medida em que ninguém
poderia ser, em princípio, excluído do usufruto de um benefício coletivo, pode ser racional
para um indivíduo não contribuir para sua obtenção. Fazendo uma analogia com um mercado
competitivo, o autor conclui que: “assim como não pareceria racional para um determinado
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Artigo
DIÁLOGOS IRELGOV - DEZEMBRO de 2019
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produtor restringir sua produção a fim de talvez obter um preço mais alto para o produto de
seu setor industrial, não lhe pareceria racional sacrificar seu tempo e dinheiro para apoiar um
lobby que luta pela ajuda do governo a este setor industrial”. (OLSON, 1999: p.11).
Na contramão do que foi exposto até o momento, convém destacar a existência
de diversos estudos que contrariam esta teoria de que o empresariado possui pouca força
política devido à sua incapacidade de organização. Para autores como DINIZ & BOSCHI (2004),
LEOPOLDI (2000) e MANCUSO (2004), o empresariado industrial nacional tem força política
e desempenhado efetiva ação política em momentos chave. Embora apontem a existência
de certa dificuldade na coordenação da ação política coletiva, devido a necessidade de
conciliação dos múltiplos interesses de seus integrantes – o que é absolutamente normal
–, o sistema corporativo não seria um empecilho para o desenvolvimento de tal ação, pois
o empresariado se adaptou ao modelo existente e tem conseguido utilizar ao seu favor os
diversos canais de representação e comunicação existentes.
Devido à coexistência de entidades oficiais e não-oficiais e a possibilidade de as
empresas possuírem dupla filiação, Diniz & Boschi aduzem ser o nosso sistema corporativo
de representação de interesses um sistema corporativo híbrido. As empresas se fazem
representar tanto em seu sindicato quanto através da associação privada, obtendo assim
os benefícios concedidos pelas duas entidades. Outro ponto importante, apontam os dois
autores, é a existência de um sistema de circulação de elites dirigentes e de lideranças
em comum. Os presidentes eleitos e as diretorias costumam se fazer presentes nas duas
entidades, ocupando cargos como vice-presidentes, diretores, conselheiros, etc. Embora
possuam essa circulação de lideranças, o relacionamento entre as associações privadas e
as entidades oficiais depende da situação e do tema debatido, podendo ser conflitivo ou
complementar (DINIZ & BOSCHI, 2000).
No cerne da discussão sobre a força política do empresariado nacional, é Mancuso
(2007) quem também aponta que a ação política empresarial pode ser exercida por vários
atores, desde o ente isolado até as mais diversas espécies de coletividade. Nesse sentido,
o autor destaca que a grande maioria dos trabalhos sobre o tema tem focalizado a ação
política de conjuntos de empresários, mas há um grande espaço para pesquisas que estudem
ações políticas desempenhadas por empresas tomadas individualmente. Em nossa busca por
literatura que estudasse as atividades políticas desempenhadas por empresas de maneira
individual, encontramos uma lacuna, mas também uma oportunidade de pesquisa e de
inovação. Um campo fecundo pronto a dar luz à novas proposições.
Henrique Pellini é mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná, Analista Político e
Especialista em Relações Institucionais e Governamentais. É sócio fundador da Pellini Partners Relações
Governamentais e Comunicação Estratégica.
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