Internet de alta velocidade, dispositivos móveis, redes sociais: a receita empoderou o cidadão de uma forma nunca antes observada. Uma única voz pode incendiar debates e promover mudanças. Acompanhar o que é dito no mundo virtual – mas com
consequências muito palpáveis no mundo real – se tornou um desafio para os profissionais de relações governamentais. Esse foi o tema do oitavo Relgov Talk do congresso.
Ignacio García, CEO da Tree Inteligence, empresa de monitoramento e análise de redes sociais, começou falando de sua origem acadêmica – a antropologia. “As mudanças nos últimos 30 anos foram muito agressivas. Se considerarmos a história da humanidade em uma linha do tempo, em 99% de nossa existência até os dias de hoje fomos coletores de alimentos. Fomos preparados para viver em pequenos grupos. Esse conceito de humanidade que está dentro de nós é perturbado pela hiperconexão que as redes sociais proporcionam”, explicou.
Ele lembra que, quando começou a trabalhar com mídias sociais, as redes eram muito mais simples, mas rapidamente se sofisticaram e passaram a influenciar a sociedade. “Hoje a sociedade civil organizada apresenta enorme diversidade. As redes são descentralizadas, o que dificulta a definição de pontos focais. Há múltiplos stakeholders, com diversos tipos de vínculos, e as empresas precisam de ferramentas para monitorá-los”.
García ressaltou a importância dos profissionais de relgov terem uma visão sistêmica do cenário no qual estão inseridos. “Existem diversos níveis e públicos de interesse. As redes são importantes para obter informações e atuar. As ferramentas atuais permitem enxergar não apenas as redes multi-stakeholders externas, mas também as internas. Essa visão leva à formatação de estratégias mais precisas”.